terça-feira, 11 de novembro de 2014

DIA 11 DE NOVEMBRO - TERÇA-FEIRA

SÃO MARTINHO DE TOURS
BISPO 
(BRANCO, PREFÁCIO COMUM OU DOS PASTORES – OFÍCIO DA MEMÓRIA)

Antífona de entrada:
Farei surgir um sacerdote fiel, que agirá segundo o meu coração e a minha vontade, diz o Senhor (1Sm 2,35).
Oração do dia
Ó Deus, que fostes glorificado pela vida e morte do bispo são Martinho, renovai em nossos corações as maravilhas da vossa graça, de modo que nem a morte nem a vida nos possam separar do vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Tito 2,1-8.11-14)
Leitura da Carta de São Paulo a Tito.
2 1 Carríssimo, o teu ensinamento, porém, seja conforme à sã doutrina.
2 Os mais velhos sejam sóbrios, graves, prudentes, fortes na fé, na caridade, na paciência. 3 Assim também as mulheres de mais idade mostrem no seu exterior uma compostura santa, não sejam maldizentes nem intemperantes, mas mestras de bons conselhos.
4 Que saibam ensinar as jovens a amarem seus maridos, a quererem bem seus filhos,
5 a serem prudentes, castas, cuidadosas da casa, bondosas, submissas a seus maridos, para que a palavra de Deus não seja desacreditada.
6 Exorta igualmente os moços a serem morigerados,
7 e mostra-te em tudo modelo de bom comportamento: pela integridade na doutrina, gravidade,
8 linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário seja confundido, não tendo a dizer de nós mal algum.
9 Exorta os servos a que sejam submissos a seus senhores e atentos em agradar-lhes. Em lugar de reclamar deles
10 e defraudá-los, procurem em tudo testemunhar-lhes incondicional fidelidade, para que por todos seja respeitada a doutrina de Deus, nosso Salvador.
11 Manifestou-se, com efeito, a graça de Deus, fonte de salvação para todos os homens.
12 Veio para nos ensinar a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver neste mundo com toda sobriedade, justiça e piedade,
13 na expectativa da nossa esperança feliz, a aparição gloriosa de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo,
14 que se entregou por nós, a fim de nos resgatar de toda a iniqüidade, nos purificar e nos constituir seu povo de predileção, zeloso na prática do bem.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 36/37
A salvação de quem é justo vem de Deus! 

Confia no Senhor e faze o bem,
E sobre a terra habitarás em segurança.
Coloca no Senhor tua alegria,
E ele dará o que pedir teu coração.

O Senhor cuida da vida dos honestos,
E sua herança permanece eternamente.
É o Senhor quem firma os passos dos mortais
E dirige o caminhar dos que lhe agradam.

Afasta-te do mal e faze o bem,
E terás tua morada para sempre.
Os justos herdarão a nova terra
E nela habitarão eternamente.
Evangelho (Lucas 17,7-10)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Quem me ama, realmente, guardará minha palavra, e meu Pai o amará e a ele nós viremos (Jo 14,23).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, disse Jesus: 17 7 "Qual de vós, tendo um servo ocupado em lavrar ou em guardar o gado, quando voltar do campo lhe dirá: ‘Vem depressa sentar-te à mesa?’
8 E não lhe dirá ao contrário: ‘Prepara-me a ceia, cinge-te e serve-me, enquanto como e bebo, e depois disto comerás e beberás tu?’
9 E se o servo tiver feito tudo o que lhe ordenara, porventura fica-lhe o senhor devendo alguma obrigação?
10 Assim também vós, depois de terdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: ‘Somos servos como quaisquer outros; fizemos o que devíamos fazer’".
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
O CUMPRIMENTO DO DEVER
O discípulo é constituído para o serviço do Reino. É na vocação de servidor que se realiza e encontra um sentido para sua vida. Sua alegria consiste em entregar-se, sem reservas, à missão recebida, sem nada exigir. Basta-lhe a consciência do dever cumprido.
Jesus desenvolveu este tema, servindo-se de uma parábola baseada nos costumes da época. A inescrupulosa atitude do senhor, em relação a seu servo, justificava-se na sociedade de então. A falta de um contrato de trabalho, em que se estipulava o limite de horas de trabalho diário e se reconhecia as horas extras, possibilitava aos senhores explorar, ao máximo, os seus empregados. Por outro lado, o escravo era propriedade de seu dono, portanto, sem qualquer direito. Tudo quanto fizesse, por mais duro e esgotante que fosse, restava-lhe somente dizer: "Cumpri apenas meu dever!"
Aplicado ao Reino, a lição funciona assim: se o escravo, serve por obrigação, submete-se a todos os caprichos de seu patrão, resigna-se ao pensar que faz o seu dever, quanto mais o discípulo do Reino, cuja opção é livre, está a serviço de um Pai misericordioso, e tem como obrigação somente praticar o amor e a justiça? Por mais que tenha feito, cabe-lhe dizer: "Sou um empregado inútil, fiz apenas o que era minha obrigação!" É se dá por satisfeito por estar a serviço do amor.

OraçãoEspírito que estimula a cumprir o dever, que o serviço ao Reino, embora duro e exigente, seja para mim motivo de alegria e realização.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Sobre as oferendas
Ao festejarmos hoje são Martinho, santificai, ó Deus, nossas oferendas, para que nos conduzam no caminho até vós, entre as alegrias e tristezas desta vida. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão:
Em verdade vos digo, tudo o que fizestes ao menor dos meus irmãos foi a mim que o fizestes, diz o Senhor (Mt 25,40).
Depois da comunhão
Ó Deus, que nos alimentastes com o sacramento da unidade, Dai-nos viver de inteiro acordo convosco, para que, imitando são Martinho na total submissão à vossa vontade, mereçamos a glória de vos pertencer. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SÃO MARTINHO DE TOURS):
"Senhor, se o vosso povo precisa de mim, não vou fugir do trabalho. Seja feita a vossa vontade", dizia Martinho, bispo de Tours, aos oitenta e um anos de idade.

Ele despertou para a fé quando ainda menino e depois, mesmo soldado da cavalaria do exército romano, jamais abandonou os ensinamentos de Cristo. A sua vida foi uma verdadeira cruzada contra os pagãos e em favor do cristianismo. Quatro mil igrejas dedicadas a ele na França, e o seu nome dado a milhares de localidades, povoados e vilas; como em toda a Europa, nas Américas. Enfim, em todos os países do mundo.

Martinho nasceu na Hungria, antiga Panônia, por volta do ano 316, e pertencia a uma família pagã. Seu pai era comandante do exército romano. Por curiosidade começou a freqüentar uma Igreja cristã, ainda criança, sendo instruído na doutrina cristã, porém sem receber o batismo. Ao atingir a adolescência, para tê-lo mais à sua volta, seu pai o alistou na cavalaria do exército imperial. Mas se o intuito do pai era afastá-lo da Igreja, o resultado foi inverso, pois Martinho continuava praticando os ensinamentos cristãos, principalmente a caridade. Depois, foi destinado a prestar serviço na Gália, atual França.

Foi nessa época que ocorreu o famoso episódio do manto. Um dia, um mendigo que tiritava de frio pediu-lhe esmola e, como não tinha, o cavalariano cortou seu próprio manto com a espada, dando metade ao pedinte. Durante a noite, o próprio Jesus apareceu-lhe em sonho usando o pedaço de manta que dera ao mendigo e agradeceu a Martinho por tê-lo aquecido no frio. Dessa noite em diante, ele decidiu que deixaria as fileiras militares para dedicar-se à religião.

Com vinte e dois anos, já estava batizado, provavelmente pelo bispo de Amiens, afastado da vida da Corte e do exército. Tornou-se monge e discípulo do famoso bispo de Poitiers, santo Hilário, que o ordenou diácono. Mais tarde, quando voltou do exílio, em 360, doou a Martinho um terreno em Ligugé, a doze quilômetros de Poitiers. Lá, Martinho fundou uma comunidade de monges. Mas logo eram tantos jovens religiosos que buscavam sua orientação que Martinho construiu o primeiro mosteiro da França e da Europa ocidental.

No Ocidente, ao contrário do Oriente, os monges podiam exercer o sacerdócio para que se tornassem apóstolos na evangelização. Martinho liderou, então, a conversão de muitos e muitos habitantes da região rural. Com seus monges, ele visitava as aldeias pagãs, pregava o Evangelho, derrubava templos e ídolos e construía igrejas. Onde encontrava resistência, fundava um mosteiro. Com os monges evangelizando pelo exemplo da caridade cristã, logo todo o povo se convertia. Dizem os escritos que, nessa época, havia recebido dons místicos, operando muitos prodígios em beneficio dos pobres e doentes que tanto amparava.

Quando ficou vaga a diocese de Tours, em 371, o povo aclamou-o, unanimemente, para ser o bispo. Martinho aceitou, apesar de resistir no início. Mas não abandonou sua peregrinação apostólica: visitava todas as paróquias, zelava pelo culto e não desistiu de converter pagãos e exercer exemplarmente a caridade. Nas proximidades da cidade, fundou outro mosteiro, chamado de Marmoutier. E sua influência não se limitou a Tours, tendo se expandido por toda a França, tornando-o querido e amado por todo o povo.

Martinho exerceu o bispado por vinte e cinco anos. Morreu, aos oitenta e um anos, na cidade de Candes, no dia 8 de novembro de 397. Sua festa é comemorada no dia 11, data em que foi sepultado na cidade de Tours.

Venerado como são Martinho de Tours, ele se tornou o primeiro santo não-mártir a receber culto oficial da Igreja e também um dos santos mais populares da Europa medieval.

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