Artigo Sobre a Eucaristia






A presença real de Cristo na Eucaristia

Filed under: Eucaristia — Prof. Felipe Aquino at 3:49 pm on quarta-feira, julho 28, 2010
A Igreja nunca duvidou dessa verdade
Desde que Jesus instituiu a Eucaristia na Santa Ceia, a Igreja nunca cessou de celebrá-la, crendo firmemente na presença do Senhor na Hóstia consagrada pelo sacerdote legitimamente ordenado pela Igreja. Nunca a Igreja duvidou da presença real do Corpo, Sangue, Alma e Divindade do Senhor na Eucaristia. Desde os primeiros séculos os Padres da Igreja ensinaram esta grande verdade recebida dos Apóstolos.
Na Última Ceia, Jesus foi muito claro: “Isto é o meu corpo”. “Isto é o meu sangue” (Mt 26,26-28). Ele não falou de “símbolo”, nem de “sinal”, nem de “lembrança”. São Paulo atesta a presença do Senhor na Eucaristia quando afirma: “O cálice de benção, que bebemos, não é a comunhão do Sangue de Cristo? E o pão que partimos, não é a comunhão do Corpo de Cristo?” (1Cor 10,16).E o Apóstolo, que não estava na Última Ceia, recebeu esta certeza por revelação especial do Senhor a ele: “O Senhor Jesus, na noite em que foi entregue, tomou o pão e, dando graças, partiu-o e disse: Tomai e comei; isto é o meu corpo, que será entregue por vós; fazei isto em memória de mim. Igualmente também, depois de ter ceado, tomou o cálice e disse: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto em memória de mim todas as vezes que o beberdes”(1Cor 11,23-29).
Sem dúvida a Eucaristia é o maior e o mais belo milagre que o Senhor realizou e quis que fosse repetido a cada Missa, para que Ele pudesse estar entre nós, a fim de nos curar e nos alimentar. “A Eucaristia é ‘fonte e centro de toda a vida cristã’ (LG,11). Os restantes sacramentos, porém, assim como todos os ministérios eclesiásticos e obras de apostolado, estão vinculados com a Sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Com efeito, na santíssima Eucaristia está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, nossa Páscoa” (PO,5 e CIC n.1324).
O Catecismo da Igreja nos garante que “Os milagres da multiplicação dos pães… prefiguram a superabundância deste pão único da Eucaristia” (CIC, n.1335). Tudo o que foi dito até aqui está baseado principalmente nas próprias palavras de Jesus, naquele memorável discurso sobre a Eucaristia, na sinagoga de Cafarnaum, que São João relatou com detalhes no capítulo 6 do seu Evangelho: “Eu sou o Pão vivo que desceu do céu… Quem comer deste Pão viverá eternamente; e o Pão que eu darei é a minha carne para a salvação do mundo… O que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia… Porque a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida.”
Não há como interpretar de modo diferente estas palavras, senão admitindo a presença real e maravilhosa do Senhor na Hóstia sagrada. Lamentavelmente a Cruz e a Eucaristia foram e continuam a ser “pedra de tropeço” para os que não crêem, mas Jesus exigiu até o fim esta fé. Aos próprios Apóstolos ele disse: “Também vós quereis ir embora?” (Jo 6,67). Ao que Pedro responde na fé, não pela inteligência: “Senhor, a quem iremos, só Tu tens palavras de vida eterna”(68). Nunca Jesus exigiu tanto a fé dos Apóstolos como neste momento. E, se exigiu tanto, sem dar maiores esclarecimentos como sempre fazia, é porque os discípulos tinham entendido muito bem do que se tratava, bem como o povo que o deixou dizendo:”Estas palavras são insuportáveis? Quem as pode escutar?” (Jo 6,60).
Também para cada um de nós a Eucaristia será sempre uma prova de fogo para a nossa fé; mas, crendo na palavra do Senhor e no ensinamento da Igreja, seremos felizes. Quando Lutero pôs em dúvida a presença real e permanente do Senhor na Eucaristia, o Concílio de Trento (1545-1563) assim se expressou: “Porque Cristo, nosso Redentor, disse que o que Ele oferecia sob a espécie do pão era verdadeiramente o seu Corpo, sempre na Igreja se teve esta convicção que o sagrado Concílio de novo declara: pela consagração do pão e do vinho opera-se a conversão de toda a substância do pão na substância do Corpo de Cristo nosso Senhor, e de toda a substância do vinho na substância do seu Sangue; e esta mudança, a Igreja católica chama-lhe com justeza e exatidão, transubstanciação” (DS, 1642; CIC n.1376).
Acima de tudo é preciso recordar que a Igreja recebeu do Senhor o carisma da infalibilidade em termos de fé e de moral, a fim de não permitir que os seus filhos sejam enganados no caminho da salvação (cf. Jo 14,15.25; 16,12-13). Portanto, o que a Igreja garante há vinte séculos, jamais podemos duvidar, sob pena de estarmos duvidando do próprio Jesus.
Para auxiliar a nossa fraqueza, Deus permitiu que muitos milagres eucarísticos acontecessem entre nós: Lanciano (sec VIII), Ferrara (1171), Orvieto (1264), Offida (1273), Sena (1330 e 1730),Turim (1453), etc., que atestam ainda hoje o Corpo vivo do Senhor na Eucaristia, comprovado pela própria ciência. Há tempos, foi traçado na Europa um “mapa eucarístico”, que registra o local e a data de mais de 130 milagres, metade deles ocorridos na Itália.

ADORAÇÃO AO SANTISSIMO

Filed under: Eucaristia — Prof. Felipe Aquino at 4:15 pm on terça-feira, outubro 6, 2009


No artigo “Let the Sun Shine” (Deixe o Sol brilhar) do reverendo Martin Lucia, ele conta uma história verídica sobre o valor e o zelo que devemos ter pela  sagrada Eucaristia.
Alguns meses antes de sua morte, o grande Bispo americano,  Fulton J. Sheen, foi entrevistado pela rede nacional de televisão: “Bispo Sheen, milhares de pessoas em todo o mundo inspiram-se em você. Em quem você se inspirou? Foi por acaso em algum Papa?”.

O Bispo Sheen respondeu que sua maior inspiração não foi um Papa, um Cardeal, ou outro Bispo, sequer um sacerdote ou freira. Foi uma menina chinesa de onze anos de idade. Explicou que quando os comunistas apoderaram-se da China, prenderam um sacerdote em sua própria reitoria, próximo à Igreja. O sacerdote observou assustado, de sua janela, como os comunistas invadiram o templo e dirigiram-se ao santuário. Cheios de ódio profanaram o tabernáculo, pegaram o cálice e, atirando-o ao chão, espalharam-se as hóstias consagradas.

Eram tempos de perseguição e o sacerdote sabia exatamente quantas hóstias havia no cálice: trinta e duas. Quando os comunistas retiraram-se, talvez não tivessem percebido, ou não prestaram atenção, a uma menininha, que rezando na parte detrás da igreja, viu tudo o que ocorreu. À noite, a pequena regressou e, escapando da guarda posta na reitoria, entrou no templo. Ali, fez uma hora santa de oração, um ato de amor para reparar o ato de ódio. Depois de sua hora santa, entrou no santuário, ajoelhou-se, e inclinando-se para frente, com sua língua recebeu Jesus na Sagrada Comunhão. (Naquele tempo não era permitido aos leigos tocar a Eucaristia com suas mãos).

A pequena continuou regressando a cada noite, fazendo sua hora santa e recebendo Jesus Eucarístico na língua. Na trigésima noite, depois de haver consumido a última hóstia, acidentalmente fez um barulho que despertou o guarda. Este correu atrás dela, agarrou-a, e golpeou-a até matá-la com a parte posterior de sua arma. Este ato de martírio heróico foi presenciado pelo sacerdote enquanto, profundamente abatido, olhava da janela de seu quarto convertido em cela.
Quando o Bispo Sheen escutou o relato, inspirou-se de tal maneira que prometeu a Deus que faria uma hora santa de oração diante de Jesus Sacramentado todos os dias, pelo resto de sua vida. Se aquela pequena pôde dar testemunho com sua vida da real e bela Presença do seu Salvador no Santíssimo Sacramento então, o bispo via-se obrigado ao mesmo. Seu único desejo desde então seria atrair o mundo ao Coração ardente de Jesus no Santíssimo Sacramento.

A pequena ensinou ao Bispo o verdadeiro valor e zelo que se deve ter pela Eucaristia; como a fé pode sobrepor-se a todo medo e como o verdadeiro amor a Jesus na Eucaristia deve transcender a própria vida. Uma das nossas maiores ingratidões para com Jesus é o abandono em que o deixamos em muitos dos nossos Sacrários. A Igreja o chama de “prisioneiro dos Sacrários”. Há dois mil anos Ele está ali.

Jesus eucarístico é o “amor dos amores”. Ele faz continuamente este milagre para poder cumprir a sua promessa: “Eis que estarei convosco todos os dias até o fim do mundo” (Mt 20,20). Do sacrário Ele nos chama continuamente:  “Vinde a mim vós todos que estais cansados e Eu vos aliviarei” (Mt 11,28). Ali Ele está, como no Céu, com os braços abertos e as mãos repletas de graças para aqueles que forem buscá-las com o coração aberto. São João Bosco dizia:

“Quereis que o Senhor vos dê muitas graças? Visitai-o muitas vezes. Quereis que Ele vos dê poucas graças? Visitai-o raramente. Quereis que o demônio vos assalte? Visitai raramente a Jesus Sacramentado. Quereis que o demônio fuja de vós ?  Visitai a Jesus muitas vezes. Não omitais nunca a visita ao Santíssimo Sacramento, ainda que seja muito breve, mas contanto que seja constante”.

Santo Afonso de Ligório, doutor da Igreja, disse:
“Os soberanos desta terra nem sempre, nem com facilidade concedem audiência; mas o Rei do céu, ao contrário, escondido debaixo dos véus eucarísticos, está pronto a receber qualquer um… Ficai certos de que de todos os instantes da vossa vida, o tempo que passardes diante do Divino Sacramento será o que vos dará mais força durante a vida, mais consolação na hora da morte e durante a eternidade”.

Na Encíclica “Ecclesia de Eucaristia”, o Papa João Paulo II chamou a atenção para a falta de adoração eucarística: “De fato, há lugares onde se verifica um abandono quase completo do culto de adoração eucarística.” (n. 10). Diante do Senhor no Sacrário podemos repetir muitas vezes aquela oração reparadora que o Anjo, em pessoa, ensinou às crianças em Fátima, nas aparições de Nossa Senhora, em 1917:

“Ó Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, eu vos adoro profundamente e vos ofereço o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido; e pelos méritos infinitos do seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-vos a conversão dos pobres pecadores. Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos; peço-Vos perdão pelos que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam. Amém!“

Podemos ter certeza que as chuvas de bênçãos descerão sobre a comunidade que adora continuamente a Jesus sacramentado. Os jovens serão preservados do mau caminho, os pecadores serão convertidos, o demônio afastado, as calamidades afugentadas, as vocações sacerdotais e religiosa aumentarão… Não é disto que estamos precisando?

A Igreja, desde o seu início, quis manter Jesus nos Sacrários da terra para ali ele ser amado, louvado e derramar sobre nós as suas bênçãos, e poder ser levado aos doentes. Sempre foi ao pé do Sacrário que os homens e mulheres de Deus buscaram forças e luzes para a sua caminhada. Foi ali que São João Vianney, conquistou o coração dos seus fiéis e se tornou o grande “Cura D’Ars”.

Quando, recém ordenado padre, ele chegou a Ars, e encontrou ali uma paróquia sem padre há muitos anos, e as pessoas longe de Deus; a primeira coisa que fez foi ajoelhar-se diante do Santíssimo durante horas, diariamente, e rezar o santo Rosário. Assim ele revolucionou aquele pequeno lugar e fez tantos prodígios.

EUCARISTIA NO CÓDIGO DE DIREITO CANÔNICO

Filed under: Eucaristia — Prof. Felipe Aquino at 4:10 pm on terça-feira, outubro 6, 2009
      
Cânon 897 – Augustíssimo sacramento é a santíssima Eucaristia, na qual se contém, se oferece e se recebe o próprio Cristo Senhor e pela qual continuamente vive e cresce a Igreja. O Sacrifício eucarístico, memorial da morte e ressurreição do Senhor, em que se perpetua pelos séculos o Sacrifício da cruz, é o ápice e a fonte de todo o culto e da vida cristã, por ele é significada e se realiza a unidade do povo de Deus, e se completa a construção do Corpo de Cristo. Os outros sacramentos e todas as obras de apostolado da Igreja se relacionam intimamente com a santíssima Eucaristia e a ela se ordenam.

Cânon 899 – § 1. A celebração da Eucaristia é ação do próprio Cristo e da Igreja, na qual, pelo mistério do sacerdote, o Cristo Senhor, presente sob as espécies de pão e de vinho, se oferece a Deus Pai e se dá como alimento espiritual aos fiéis unidos à sua oblação.

Cânon 900 – § 1. Somente o sacerdote validamente ordenado é o ministro que, fazendo ás vezes de Cristo, é capaz de realizar o sacramento da Eucaristia.

Cânon 904 – Lembrando-se sempre que no mistério do Sacrifício eucarístico se exerce continuamente a obra da salvação, os sacerdotes celebrem freqüentemente; e mais, recomenda-se com insistência a celebração cotidiana, a qual, mesmo não se podendo ter presença de fiéis, é um ato de Cristo e da Igreja, em cuja realização os sacerdotes desempenham seu múnus principal.

Cânon 907 – Na celebração eucarística, não é lícito aos diáconos e leigos proferir as orações, especialmente a oração eucarística, ou executar as ações próprias do sacerdote celebrante.

Cânon 908 – É proibido aos sacerdotes católicos concelebrar a Eucaristia junto com sacerdotes ou ministros de Igrejas ou comunidades que não estão em plena comunhão com a Igreja Católica.

Cânon 913 – § 1. Para que a santíssima Eucaristia possa ser ministrada às crianças, requer-se que elas tenham suficiente conhecimento e cuidadosa preparação, de modo que, de acordo com sua capacidade, percebam o mistério de Cristo e possam receber o Corpo do Senhor com fé e devoção.
§ 2. Contudo, pode-se administrar a santíssima Eucaristia às crianças que estiverem em perigo de morte, se puderem discernir o Corpo de Cristo do alimento comum e receber a comunhão com reverência.

Cânon 916 – Quem está consciente de pecado grave não celebre a missa nem comungue o Corpo do Senhor, sem fazer antes a confissão sacramental, a não ser que exista causa grave e não haja oportunidade para se confessar; nesse caso, porém, lembre-se que é obrigado a fazer um ato de contrição perfeita, que inclui o propósito de se confessar quanto antes.

Cânon 917 – Quem já recebeu a santíssima Eucaristia pode recebê-la no mesmo dia, somente dentro da celebração eucarística em que participa, salva a prescrição do cânon 921 §2 (perigo de morte).
Nota: No mesmo dia, os fiéis podem receber a Sagrada Eucaristia só uma segunda vez. (Pontificia  Comissio Codici Iuris Canonici Authentici Interpretando, Responsa ad proposita dubia, 1: AAS 76 (1984) 746).

Cânon 918 – Recomenda-se sumamente que os fiéis recebam a sagrada comunhão na própria celebração eucarística; seja-lhes, contudo, administrada fora da missa quando a pedem por causa justa, observando-se os ritos litúrgicos.

Cânon 919 – § 1. Quem vai receber a sagrada Eucaristia abstenha-se de qualquer comida ou bebida, excetuando-se somente água e remédio, no espaço de ao menos uma hora antes da sagrada Comunhão. (exceção para pessoas idosas e enfermas e quem cuida delas, §3)

Cânon 920 – § 1. Todo fiel, depois que recebeu a sagrada Eucaristia pela primeira vez, tem a obrigação de receber a sagrada comunhão ao menos uma vez por ano.
§2. Esse preceito deve ser cumprido no período pascal, a não ser que, por justa causa, sejam confortados com a sagrada comunhão como viático.

Cânon 921- § 1. Os fiéis em perigo de morte, proveniente de qualquer causa, sejam confortados com a sagrada comunhão como viático.
§ 2. Mesmo que já tenham comungado nesse dia, recomenda-se vivamente que comunguem de novo aqueles que vierem a ficar em perigo de morte.
§ 3. Persistindo o perigo de morte, recomenda-se que seja administrada a eles a sagrada comunhão mais vezes em dias diferentes.

Cânon 844 – § 2. Sempre que a necessidade o exigir ou verdadeira utilidade espiritual o aconselhar, e contanto que se evite o perigo de erro ou indiferentismo, é lícito aos fiéis, a quem for física ou moralmente impossível dirigir-se a um ministro católico, receber os sacramentos da penitência, Eucaristia e Unção dos Enfermos de ministros não-católicos, em cuja Igreja ditos sacramentos existem validamente.

Cânon 924 – § 1. O sacrossanto Sacrifício eucarístico deve ser oferecido com pão e vinho, e a este se deve misturar um pouco de água.
§ 2. O pão deve ser só de trigo e feito recentemente, de modo que não haja perigo algum de deterioração.
§ 3. O vinho deve ser natural, do fruto da videira e não deteriorado.

Cânon 925 – Distribua-se a sagrada comunhão só sob a espécie de pão ou, de acordo com as leis litúrgicas, sob ambas as espécies; mas, em caso de necessidade, também apenas sob a espécie de vinho.

Cânon 927 – Não é lícito, nem mesmo urgindo extrema necessidade, consagrar uma matéria sem a outra, ou mesmo consagrá-las a ambas fora da celebração eucarística.

Cânon 929 – Sacerdotes e diáconos, para celebrarem ou administrarem a Eucaristia, se revistam dos paramentos sagrados prescritos pelas rubricas.

Cânon 931- § 1. A celebração eucarística deve realizar-se em lugar sagrado, a não ser que, em caso particular, a necessidade exija outra coisa; nesse caso, deve-se fazer a celebração em lugar decente.
§ 2. O sacrifício eucarístico deve realizar-se sobre altar dedicado ou benzido; fora do lugar sagrado, pode ser utilizada uma mesa conveniente, mas sempre com toalha e corporal.

Cânon 934 – § 2. Nos lugares em que se conserva a santíssima Eucaristia deve sempre haver alguém que cuide dela e, na medida do possível, um sacerdote celebre missa aí, pelo menos duas vezes por mês.

Cânon 935 – A ninguém é licito conservar a Eucaristia na própria casa ou levá-la consigo em viagens, a não ser urgindo uma necessidade pastoral e observando-se as prescrições do Bispo diocesano.

Cânon 937 – A não ser que obste motivo grave, a igreja em que se conserva a santíssima Eucaristia seja aberta todos os dias aos fiéis, ao menos durante algumas horas, a fim de que eles possam dedicar-se à oração diante do santíssimo Sacramento.

Cânon 938 – § 1. Conserve-se a santíssima Eucaristia habitualmente em um só tabernáculo da igreja ou oratório.
§ 2. O tabernáculo em que se encontra a santíssima Eucaristia esteja colocado em alguma parte da igreja ou oratório que seja insigne, visível, ornada com dignidade e própria para a oração.
§ 3. O tabernáculo em que habitualmente se conserva a santíssima Eucaristia seja inamovível, construído de madeira sólida e não-transparente, e de tal modo fechado, que se evite o mais possível o perigo de profanação.
§ 4. Por motivo grave, é lícito conservar a santíssima Eucaristia, principalmente à noite, em algum lugar mais seguro e digno.
§ 5. Quem tem o cuidado da igreja ou oratório providencie que seja guardada com o máximo cuidado a chave do tabernáculo onde se conserva a santíssima Eucaristia.

Cânon 939 – Conserve-se na píxide ou âmbula hóstias consagradas em quantidade suficiente para as necessidades dos fiéis; renove-se com freqüência, consumindo-se devidamente as antigas.

Cânon 940 – Diante do tabernáculo em que se conserva a santíssima Eucaristia, brilhe continuamente uma lâmpada especial, com a qual se indique e se reverencie a presença de Cristo.

Cânon 943 – Ministro da exposição do santíssimo Sacramento e da bênção eucarística é o sacerdote ou diácono; em circunstâncias especiais, apenas da exposição e remoção, mas não da bênção, é o acólito, um ministro extraordinário da comunhão eucarística, ou outra pessoa delegada pelo Ordinário local, observando-se as prescrições do Bispo diocesano.


O MILAGRE DA MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES

Filed under: Eucaristia — Prof. Felipe Aquino at 2:04 pm on quarta-feira, agosto 26, 2009
A pedido estou publicando a matéria de D. Estevão Bettencourt


  
A MULTIPLICAÇÃO  DOS  PÃES:  MILAGRE
OU  SIMPLES  PARTILHA?



Em síntese: O episódio da multiplicação dos pães (Mt 14, 13-21) tem sido ultimamente apregoado não como um feito milagroso de Jesus, mas como a simples partilha dos farnéis existentes na multidão. Tal interpretação não somente não corresponde aos dizeres do texto, mas não é aceita pelos bons exegetas em geral. Trata-se de um fato histórico mila groso, que os evangelistas descrevem como sinal do pão eucarístico e da bonança prometida pelos Profetas para o Reino messiânico.


Na pregação do Evangelho, ouve-se dizer que a multiplicação dos pães não foi um milagre, mas partilha do pão existente no farnel dos ouvintes de Jesus. Visto que tal interpretação tem causado perplexidade, ser-lhe-ão dedicadas as considerações seguintes.

1.           Milagre ou partilha?


Antes do mais, é de notar que o episódio foi muito caro aos antigos. Mateus e Marcos o narram duas vezes; cf. Mt 14,13-21; 15, 29-39 e Mc 6, 30-40; 8, 1-18. São Lucas o refere uma só vez; cf. Lc 9, 10-17. São João também; cf. Jo 6,1-13. Os exegetas atualmente julgam que em Mt e Mc há duplicata do relato do fato, embora leves diferenças existam entre a primeira e a segunda narrativas; trata-se de duas tradições a referir o mesmo feito de Jesus.

Pergunta-se agora: que houve realmente no episódio em foco?

A interpretação tradicional e amplamente majoritária afirma ter havido um milagre: com poucos pães e peixes Jesus saciou milhares de homens. Recentemente começou-se a dizer que não houve milagre, mas Jesus orde nou que os seus ouvintes repartissem entre si as provisões que haviam levado. Tal interpretação carece de fundamento no texto e o violenta, pois o evangelista faz observar que nada havia para comer entre a multidão.

“Chegada a  tarde, aproximaram-se dele os seus discípulos, dizen do: “O lugar é deserto e a hora já está avançada. Despede as multidões para que vão aos povoados comprar alimento para si”. Mas Jesus lhes disse: “Não é preciso que vão embora. Dai-lhes vós mesmos de comer”. Ao que os discípulos responderam: “Só temos aqui cinco pães e dois peixes”.

Jesus então interveio, multiplicando os pães.

O caráter milagroso do episódio é mais realçado na segunda nar rativa. Com efeito; a secção de Mt 15, 29-39 segue-se a um milagre de Jesus: a cura da filha da mulher cananéia (Mt 15, 21-28) e a uma declaração sobre a atividade taumatúrgica de Jesus:
“Vieram até ele numerosas multidões, trazendo coxos, cegos, aleijados, mudos e muitos outros e os puseram a seus pés e ele os curou, de sorte que as multidões ficaram espantadas… E renderam glória ao Deus de Israel” (Mt 15, 29-31).
Jesus mesmo diz logo a seguir:
“Tenho compaixão da multidão, porque já faz três dias que está comigo e não tem o que comer. Não quero despedi-la em jejum, de modo que possa desfalecer pelo caminho”.
Na base destas averiguações, não pode restar dúvida de que se trata de um fato histórico e milagroso em Mt 14, 21-32 e paralelos.
Vejamos algumas peculiaridades da narrativa.

2.  Particularidades literárias

O relato da multiplicação dos pães nos quatro Evangelhos não pode deixar de lembrar ao leitor certos antecedentes do Antigo Testamento:
Em 2Rs 4, 42-44 lê-se o seguinte: “Veio um homem de Baal-Salisa e trouxe para o homem de Deus pão das primícias, vinte pães de cevada e trigo novo em espiga. Eliseu ordenou: “Oferece a essa gente para que coma”. Mas o servo respondeu: “Como hei de servir isso para cem pessoas?”. Ele repetiu: “Oferece a essa gente para que coma, pois assim falou o Senhor: “Comerão e ainda sobrará”. Serviu-lhes, eles comeram e ainda sobrou segundo a palavra do Senhor”.
Verifica-se que a estrutura literária é a mesma que em Mt 14, 13-21; são levados a Eliseu alguns pães; o Profeta ordena a seu servo (discípulo) que sacie cem homens; o servo aponta a impossibilidade (como os Apóstolos). Eliseu ignora a objeção e, confiado na Palavra de Deus, manda distribuir o pão. Ficam sobras, como no relato evangélico.
Em Ex 16, 1-36 e Nm 11, 4-9 é narrada a entrega do maná ao povo no deserto, entrega à qual Jesus faz alusão ao prometer o pão eucarístico; cf. Jo 6, 49.
Tais episódios do Antigo e do Novo Testamento não referem apenas uma refeição humana, mas têm significado transcendental: querem dizer que Deus acompanha, ontem e hoje, seu povo peregrino e lhe oferece os subsídios necessários para que supere os obstáculos da caminhada e chegue certeiramente ao termo almejado, que é a vida eterna.
O relato evangélico faz alusões também à Eucaristia, o viático por excelência. Assim
Mt 14, 15: “Ao entardecer” em grego é a fórmula com que é introduzido o relato da última ceia;
Mt 14, 19: “tomou os pães”, “levantou os olhos para o céu”, “abençoou”, “partiu”, “deu aos discípulos” são expressões da última ceia e da posterior celebração eucarística.
Mt 14, 20: a grande quantidade de pão assim doada lembra a fartura prometida pelos Profetas para os tempos messiânicos; cf. Os 14, 8; Is 49, 10; 55, 1…
O recolher os fragmentos que sobram, é usual na celebração eucarística.
Em suma, a ceia de viandantes proporcionada pelo Senhor ao seu povo é prenúncio da ceia plena ou do banquete celeste, símbolo da bem-aventurança definitiva. É neste contexto que há de ser lida a secção de Mt 14, 13-21 e paralelos; na intenção dos evangelistas, ela quer significar o Dom supremo de Deus ao homem, que é o encontro face-a-face na bem-aventurança celeste.

HOUVE MILAGRE NA MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES?

Filed under: Eucaristia — Prof. Felipe Aquino at 5:27 pm on quinta-feira, julho 30, 2009


A MULTIPLICAÇÃO  DOS  PÃES:  MILAGRE
OU  SIMPLES  PARTILHA?
Por : D. Estevão Bettencourt



Em síntese: O episódio da multiplicação dos pães (Mt 14, 13-21) tem sido ultimamente apregoado não como um feito milagroso de Jesus, mas como a simples partilha dos farnéis existentes na multidão. Tal interpretação não somente não corresponde aos dizeres do texto, mas não é aceita pelos bons exegetas em geral. Trata-se de um fato histórico mila groso, que os evangelistas descrevem como sinal do pão eucarístico e da bonança prometida pelos Profetas para o Reino messiânico.


Na pregação do Evangelho, ouve-se dizer que a multiplicação dos pães não foi um milagre, mas partilha do pão existente no farnel dos ouvintes de Jesus. Vistoque tal interpretação tem causado perplexidade, ser-lhe-ão dedicadas as considerações seguintes.

1.           Milagre ou partilha?


Antes do mais, é de notar que o episódio foi muito caroaos antigos. Mateus e Marcos o narram duas vezes; cf. Mt 14,13-21; 15, 29-39 e Mc 6, 30-40; 8, 1-18. São Lucas o refere uma só vez; cf. Lc 9, 10-17. São João também; cf. Jo 6,1-13. Os exegetas atualmente julgam que em Mt e Mc há duplicata do relato do fato, embora leves diferenças existam entre a primeira e a segunda narrativas; trata-se de duas tradições a referir o mesmo feito de Jesus.

Pergunta-se agora: que houve realmente no episódio em foco?

A interpretação tradicional e amplamente majoritária afirma ter havido um milagre: com poucos pães e peixes Jesus saciou milhares de homens. Recentemente começou-se a dizer que não houve milagre, mas Jesus orde nou que os seus ouvintes repartissem entre si as provisões que haviam levado. Tal interpretação carece de fundamento no texto e o violenta, pois o evangelista faz observar que nada havia para comer entre a multidão.

“Chegada a  tarde, aproximaram-se dele os seus discípulos, dizen do: “O lugar é deserto e a hora já está avançada. Despede as multidões para que vão aos povoados comprar alimento para si”. Mas Jesus lhes disse: “Não é preciso que vão embora. Dai-lhes vós mesmos de comer”. Ao que os discípulos responderam: “Só temos aqui cinco pães e dois peixes”.

Jesus então interveio, multiplicando os pães.

O caráter milagroso do episódio é mais realçado na segunda nar rativa. Com efeito; a secção de Mt 15, 29-39 segue-se a um milagre de Jesus: a cura da filha da mulher cananéia (Mt 15, 21-28) e a uma declaração sobre a atividade taumatúrgica de Jesus:
“Vieram até ele numerosas multidões, trazendo coxos, cegos, aleijados, mudos e muitos outros e os puseram a seus pés e ele os curou, de sorte que as multidões ficaram espantadas… E renderam glória ao Deus de Israel” (Mt 15, 29-31).
Jesus mesmo diz logo a seguir:
“Tenho compaixão da multidão, porque já faz três dias que está comigo e não tem o que comer. Não quero despedi-la em jejum, de modo que possa desfalecer pelo caminho”.
Na base destas averiguações, não pode restar dúvida de que se trata de um fato histórico e milagroso em Mt 14, 21-32 e paralelos.
Vejamos algumas peculiaridades da narrativa.

2.  Particularidades literárias

O relato da multiplicação dos pães nos quatro Evangelhos não pode deixar de lembrar ao leitor certos antecedentes do Antigo Testamento:
Em 2Rs 4, 42-44 lê-se o seguinte: “Veio um homem de Baal-Salisa e trouxe para o homem de Deus pão das primícias, vinte pães de cevada e trigo novo em espiga. Eliseu ordenou: “Oferece a essa gente para que coma”. Mas o servo respondeu: “Como hei de servir isso para cem pessoas?”. Ele repetiu: “Oferece a essa gente para que coma, pois assim falou o Senhor: “Comerão e ainda sobrará”. Serviu-lhes, eles comeram e ainda sobrou segundo a palavra do Senhor”.
Verifica-se que a estrutura literária é a mesma que em Mt 14, 13-21; são levados a Eliseu alguns pães; o Profeta ordena a seu servo (discípulo) que sacie cem homens; o servo aponta a impossibilidade (como os Apóstolos). Eliseu ignora a objeção e, confiado na Palavra de Deus, manda distribuir o pão. Ficam sobras, como no relato evangélico.
Em Ex 16, 1-36 e Nm 11, 4-9 é narrada a entrega do maná ao povo no deserto, entrega à qual Jesus faz alusão ao prometer o pão eucarístico; cf. Jo 6, 49.
Tais episódios do Antigo e do Novo Testamento não referem apenas uma refeição humana, mas têm significado transcendental: querem dizer que Deus acompanha, ontem e hoje, seu povo peregrino e lhe oferece os subsídios necessários para que supere os obstáculos da caminhada e chegue certeiramente ao termo almejado, que é a vida eterna.
O relato evangélico faz alusões também à Eucaristia, o viático por excelência. Assim
Mt 14, 15: “Ao entardecer” em grego é a fórmula com que é introduzido o relato da última ceia;
Mt 14, 19: “tomou os pães”, “levantou os olhos para o céu”, “abençoou”, “partiu”, “deu aos discípulos” são expressões da última ceia e da posterior celebração eucarística.
Mt 14, 20: a grande quantidade de pão assim doada lembra a fartura prometida pelos Profetas para os tempos messiânicos; cf. Os 14, 8; Is 49, 10; 55, 1…
O recolher os fragmentos que sobram, é usual na celebração eucarística.
Em suma, a ceia de viandantes proporcionada pelo Senhor ao seu povo é prenúncio da ceia plena ou do banquete celeste, símbolo da bem-aventurança definitiva. É neste contexto que há de ser lida a secção de Mt 14, 13-21 e paralelos; na intenção dos evangelistas, ela quer significar o Dom supremo de Deus ao homem, que é o encontro face-a-face na bem-aventurança celeste.



DOCUMENTOS > PERGUNTAS E RESPOSTAS

"O Biscoito da Morte" - EB



Revista: "PERGUNTE E RESPONDEREMOS"
D. Estevão Bettencourt, osb
Nº 384 - Ano 1994 - p. 210

Em síntese: Foi publicado um folheto protestante que caricatura a S. Eucaristia sob o título "O Biscoito da Morte". Quer derivar a Eucaristia de um pretenso mito egípcio, cujo herói seria o deus Sol Osiris; os sacerdotes egípcios consagrariam hóstias que se transformavam na carne do deus Osiris, segundo o autor do panfleto. Ora, tal mito não existe; o deus Osiris era um deus que ressuscitava os mortos. Ademais, o autor do panfleto ousa dizer que os sacerdotes egípcios chamavam o dito milagre "transubstanciação" - o que é totalmente anacrônico, pois transubstanciação é palavra latina composta pelos teólogos da Idade Média, inspirados em categorias de pensamento grego aristotélico.
O panfleto encerra muitas outras inverdades, que revelam a ignorância e a agressividade cega do autor. É de lamentar que um cristão possa recorrer a erros históricos e a calúnias de tal monta para negar um dos artigos de fé mais enfaticamente contidos na S. Escritura; as fórmulas "isto é o meu corpo... Isto é o meu sangue" (Mt 26,26-28) não podem ser tomadas em sentido metafórico, pois o sentido literal é respaldado pela promessa do pão que é carne, em Jo 6, 51-63.
Está circulando em língua portuguesa um panfleto de origem protestante norte-americana intitulado "O Biscoito da Morte". É uma sátira baixa e caricatural contra a Eucaristia. O autor baseia-se em falsas premissas e imaginárias suposições para denegrir algo que está na própria mensagem da Escritura e que é muito caro aos fiéis católicos. A obsessão agressiva cega o autor e leva-o a atestar sua ignorância sob capa de erudição. Infelizmente, porém, a ironia e a palhaçada da apresentação podem influir em leitores pouco críticos, causando-lhes danos na fé. Verifica-se que o autor, proselitista como os modernos sectários, quer conquistar novos membros para o protestantismo, recorrendo mesmo à mentira e à calúnia.
Eis por que passaremos em revista os principais tópicos do panfleto.
A tese do autor
O autor apresenta a fé na real presença de Jesus Cristo na Eucaristia como sendo invenção do Papa e de seus assessores. Está dito aí que se puseram a ensinar isso a fim de conquistar poder sobre os fiéis; quem não acreditasse, seria punido com a morte, como aconteceu na Inquisição. A fé na real presença de Cristo no pão eucarístico terá sido derivada de um mito dos egípcios, segundo o qual os sacerdotes consagravam hóstias que eram tidas como a carne do deus Sol chamado Osiris; assim como os sacerdotes egípcios terão conseguido dominar os crentes ensinando-lhes o sentido do biscoito, assim o Papa terá conseguido dominar os cristãos. Todavia, a leitura da Bíblia deveria abrir os olhos dos católicos, fazendo que deixem a Igreja Católica e se tornem protestantes!
Detenhamo-nos sobre tal mito e as alegações do autor.
A origem da Sagrada Eucaristia
O Mito de Osiris: Despropósitos
Antes do mais, é de estranhar a estória "das hóstias transformadas na carne do deus Sol Osiris". Por mais de um motivo:
a) nenhuma das mais abalizadas fontes de mitologia refere tal lenda de Osiris;
b) nem se encontra o binômio "Deus Sol = Osiris".
Na verdade, eis o que, sinteticamente, se pode apurar a respeito do mito de Osiris:
Osiris, em egípcio Ouser, deus do panteon egípcio, está envolvido no seguinte enredo: Osiris era um bom rei da terra, que ensinava aos homens a agricultura, a viticultura e as artes. Sofreu a inveja de seu irmão Seth, que, no de correr de um banquete, o encerrou num cofre e o atirou no rio Nilo; a sua irmã e esposa Isis encontrou-o no litoral de Byblos (Fenícia) e o levou de volta para o Egito. Foi, de novo, capturado por Seth, que o esquartejou em quatorze pedaços, pedaços que foram espalhados pela terra do Egito. Isis foi então procurar esses resquícios de cadáver juntamente com sua irmã Nephthys (esposa de Seth) e, com a ajuda de Anubis, reconstituiu o corpo do deus Osiris. Todavia, Isis e Nephthys foram transformadas em aves; abanaram com as suas grandes asas o cadáver de Osiris para restituir-lhe a vida. Assim Osiris ressuscitou. Isis concebeu então um filho chamado Horus; educou-o secretamente nos pântanos do delta do Nilo, receando o castigo que Seth, irmão de Osiris, podia infligir ao menino. Feito homem, Horus reclamou a sua herança e provocou Seth para travarem um combate a dois. Nestas circunstâncias, Re e o tribunal dos deuses puseram-se a julgar o caso: decretaram que Horus receberia a realeza terrestre que tocava a seu pai, ao passo que Osiris governaria o reino subterrâneo dos bem-aventurados.
Desta lenda os egípcios deduziram uma lição importante: todo cadáver sobre o qual são praticados os ritos que foram aplicados ao corpo de Osiris, juntamente com as mesmas fórmulas mágicas, há de voltar à vida. Tal procedimento se chamava "osirianização"; cada defunto podia tornar-se um novo Osiris. Assim, Osiris tornou-se o deus da ressurreição. Todos os anos, no mês de Khoiak, celebravam-se "mistérios", isto é, representações sagradas que reproduziam o assassinato, o enterro e a ressurreição de Osiris. Cada egípcio era exortado a peregrinar, ao menos uma vez na vida, até um dos grandes santuários osirianos do Egito (Buris, Abydos ...).
Como se vê, a estória está bem longe de mencionar hóstias transformadas em carne de Osiris (...)
c) Além disso, note-se o disparate encontrado em outra passagem do panfleto:
"Os sacerdotes egípcios chamavam esse milagre de "transubstanciação", e o povo comia seu Deus" (as páginas do panfleto não são numeradas).
A palavra "transubstanciação" é oriunda do latim transubstantiatio, e não do egípcio. Os egípcios não conheceram tal vocábulo latino (o latim é língua posterior ao idioma dos antigos egípcios) nem conheceram o conceito veiculado por tal vocábulo, pois o conceito supõe a filosofia de Aristóteles (+ 322 a.C.) desenvolvida pelos teólogos escolásticos da Idade Média. Com efeito: substância, no caso, significa o que sub-stat, o que está sob os acidentes. Sim, Aristóteles distinguia, em cada ser visível, os acidentes, que são mutáveis (cor, tamanho, odor, localização, peso...) e aquilo que é o suporte ou sujeito dos acidentes (tal seria a substância, que fica sendo invisível). Em consequência, a palavra transubstanciação significa a mudança (trans) da substância sem mudança dos acidentes. É o que se dá precisamente na consagração eucarística: ficam os acidentes (cor, tamanho, gosto, odor ...) do pão e do vinho, mas a substância do pão e do vinho se converte na substância do corpo e do sangue de Cristo. Tal noção, supondo categorias de pensamento grego alheio aos egípcios, nunca foi professada pelos sacerdotes da mitologia grega.
d) Outra falsa afirmação relacionada com a mitologia egípcia é a seguinte: "IHS significam Isis, Horo e Seth, deuses do Egito".
Quem diz isso mostra total ignorância do assunto: IHS não são caracteres egípcios, mas, no caso, são letras gregas: o H é a letra eta (e longo). IHS são os caracteres iniciais do nome grego IHSOYS (Jesus); por conseguinte, nem na língua egípcia nem na latina se deve procurar o sentido de tal abreviatura.
e) O panfleto refere como sendo palavras da consagração: "Hocus Pocus Domi Nocus" - o que nada significa em língua alguma. O leitor desprevenido poderá julgar que é a fórmula latina da consagração eucarística. Na verdade, a Eucaristia começou a ser celebrada no século I não em latim, mas em aramaico, grego e línguas orientais; a fórmula grega é a que se encontra nos Evangelhos sinóticos: "Touto estin to soma mou e Touto estin to haima mou" (Mt 26, 26.28).
As Fontes Bíblicas da Eucaristia
Os protestantes, que dizem seguir fielmente as Escrituras, iludem-se a si mesmos e iludem seus seguidores. Com efeito, a origem da Eucaristia não está numa época tardia da história da Igreja, nem está no Ocidente (em Roma, sede do Papa), mas está no Oriente e na própria Bíblia. Basta ler a Escritura Sagrada sem preconceitos e sem recorrer à tradição de Lutero, Calvino, Zvínglio, Knox, Smith, Wesley..., para perceber claramente que Jesus quis deixar-nos um pão que é o seu corpo e uma bebida que é o seu sangue. Tenham-se em vista os textos de Jo 6, 51-71: a promessa do pão da vida; (cf Mt 26, 26-29; Mc 14,22-25; Lc 22,19s; 1Cor 11, 23-25): os relatos da instituição da Eucaristia.
Memorial
Os protestantes negam a real presença de Jesus na Eucaristia, apesar da evidência decorrente dos textos sagrados, baseando-se na palavra memória, citada em Lc 22,19:
"Na última ceia, Jesus disse que, quando vocês comem o pão e tomam o vinho, devem fazer isso em memória dele" (tradução encontrada no panfleto).
A palavra memória traduz, no caso, o grego anamnesis e o hebraico zikkarón. Ora, tais vocábulos, segundo a mentalidade semita que os concedeu, não indicam mera atividade psicológica (o nosso recordar-se), mas, sim, um recordar que efetua algo ou que transforma a realidade. Tenhamos em vista os seguintes textos bíblicos, conforme os quais Deus se lembra de determinadas pessoas e lhes concede a sua graça e misericórdia: "Quando Deus destruiu as cidades da planície, Ele se lembrou de Abraão e retirou Lote do meio da catástrofe" (Gn 19,29); "Então Deus se lembrou de Raquel; Ele a ouviu e a tornou fecunda" (Gn 30,22); "Lembra-te dos teus servos Abraão, Isaac e Jacó, aos quais juraste por ti mesmo, dizendo: "Multiplicarei a vossa descendência como as estrelas do céu ..." Javé então desistiu do castigo com o qual havia ameaçado o povo" (Ex 32,13s). Ver também Gn 8,1; 1 Sm 1,11-19; 25,31.
Mesmo entre um homem e seu semelhante usava-se a fórmula "lembra-te", para pedir um favor; assim disse José no cárcere do Faraó ao copeiro que seria libertado em breve: "lembra-te de mim, quando te suceder o bem, e sê bondoso para falar de mim ao Faraó para que me faça sair da prisão" (Gn 40, 14).
O Novo Testamento é herdeiro dos conceitos de "memória" e "recordar-se" do Antigo Testamento. Assim, por exemplo, no canto de Maria se lê: "Socorreu Israel seu servidor, lembrado de sua misericórdia" e no de Zacarias: "...para fazer misericórdia aos nossos pais, lembrado de sua santa aliança... suscitou-nos uma força de salvação" (Lc 1,69-72). São significativas  também duas passagens de conversão de Cornélio, centurião romano: "Tuas orações e tuas esmolas se ergueram como memorial diante de Deus" (At 10,4) e: "Tua oração foi atendida, Cornélio, e de tuas esmolas a memória esta presente diante de Deus" (At 10, 31). 
As orações e as esmolas de Cornélio ficaram quase como um monumento na presença de Deus e prepararam a intervenção benigna do Senhor. - Também no Novo Testamento o homem, ao rezar, usa a fórmula "Lembra-te"; assim disse o bom ladrão: "Jesus recorda-te de mim, quando chegares ao teu reino" (Lc 23, 42). É à luz desse significado dinâmico e criativo das palavras "memória, memorial, recordar-se" que há de ser entendido o mandato confiado por Jesus aos Apóstolos na última ceia: "Fazei isto em memória (anámnesin) de mim" (1Cor 11,24s). Na base destes estudos linguísticos, deve-se dizer que a celebração da ceia do Senhor nos séculos cristãos não é mero símbolo evocativo do passado, mas vem a ser a atualização ou a re-presentação (o tornar presente de novo) do sacrifício do Senhor oferecido na Sexta-Feira Santa sobre o Calvário. (Ver a propósito nosso Curso de Liturgia. Módulo 8: Caixa Postal 1362, 20001-970 Rio - RJ).
A Inquisição
O autor não podia deixar de falar da Inquisição:
"De 1200 a 1808 incontáveis torturas e mortes rondaram o mundo católico, fazendo 68 milhões de vítimas. Satanás mantinha a Igreja Católica Romana sob seu absoluto controle."
Antes de qualquer outra observação, notemos que os medievais e pós-medievais até o século XIX não faziam estatísticas precisas dos casos examinados pela Inquisição. É inútil procurar nos arquivos da Inquisição dados numéricos que permitam uma estimativa global. Encontram-se apenas relatórios isolados, cujos números são muito menos elevados do que aqueles que a fantasia dos historiadores tendenciosos tem apregoado. Tenhamos em vista os dois registros seguintes:
Consta que o tribunal de Pamiers, de 1303 a 1324, pronunciou 75 sentenças condenatórias, das quais apenas cinco mandavam entregar o réu ao poder civil (o que equivalia à morte); O Inquisidor Bernardo de Gui em Tolosa, de 1308 a 1323 , proferiu 930 sentenças, das quais 42 eram capitais; no primeiro caso, a proporção é de 1/15; no segundo caso, é de 1/22.
De resto, a Inquisição é fenômeno que só se pode entender devidamente no respectivo contexto histórico. Com efeito, os medievais tinham profunda consciência do valor da alma e dos bens espirituais. Tão grande era o amor à fé esteio da vida espiritual) que se considerava a deturpação da fé pela heresia como um dos maiores crimes que o homem pudesse cometer. Essa fé era tão viva e espontânea que dificilmente se admitiria que alguém viesse a negar com boas intenções um só dos artigos do Credo. 
Tenham-se em vista as palavras de S. Tomás de Aquino (+ 1274):
"É muito mais grave corromper a fé, que é a vida da alma, do que falsificar a moeda, que é um meio de prover à vida temporal. Se, pois, os falsificadores de moedas e outros malfeitores são, a bom direito, condenados à morte pelos príncipes seculares, com muito mais razão os hereges, desde que sejam comprovados tais, podem não somente ser excomungados, mas também em toda justiça ser condenados à morte" (Suma Teológica) II/II,  11, 3c).
A argumentação do S. Doutor do princípio (sem dúvida, autêntico em si) de que a vida da alma vale mais do que a vida do corpo. Se, pois, alguém pela heresia ameaça a vida espiritual do próximo, comete maior mal do que quem assalta a vida corporal; o bem comum então exige a remoção do grave perigo (ver também S. Teológica II/II, 11, 4c).
Conclusão
É difícil compreender que um cristão possa atacar outros cristãos na base de tanto ódio e tanta falsidade. Não é o genuíno amor de Cristo que inspira tal atitude. É a paixão preconcebida e obsessiva.
A leitura do panfleto mostra também como é errôneo o princípio protestante: "Somente a Bíblia". A Bíblia é inseparável da palavra oral, que a interpreta e atualiza; ela, por si mesma, não se explica nem elucida. Ora, os protestantes lêem a Bíblia dentro da tradição oral iniciada pelos reformadores do século XVI, ao passo que os católicos a lêem dentro da Tradição que emana de Jesus Cristo e dos Apóstolos e chega até nós; assim, no tocante à Eucaristia desde os primeiros decênios da Igreja, há testemunhos de fé na real presença de Cristo no sacramento do altar; essa fé foi sendo transmitida ininterruptamente até o século XX. Será que só no século XVI os cristãos começaram a entender autenticamente as palavras de Jesus em Mt 26, 26-29; Mc 14, 22-25; Lc 22, 19s; 1Cor 11, 23-25? Será que somente Lutero e seus companheiros de reforma entenderam corretamente o sermão referente ao pão da vida em (Jo 6, 51-71) Será que um protestante tem o direito de ignorar a Bíblia e a Tradição a ponto de forjar uma lenda mal alinhavada e inconsistente para querer provar que a Eucaristia teve origem no Ocidente (em ambiente latino) numa época tardia da história da Igreja?
A caridade cristã para com sectários tão cheios de ódio e falsidade manda que os católicos rezem por eles, unindo-se à oblação de Cristo, que se oferece ao Pai em cada S. Missa pela salvação do mundo (também pela dos sectários protestantes).
O texto deste artigo existe como opúsculo próprio intitulado "O Biscoito da Morte". Pedidos à Escola "Mater Ecclesiae", Caixa Postal 1362, 20001-970 Rio (RJ). Aí também foi editado o opúsculo "Por que não sou Aquariano (Nova Era?").






Fonte  Editora  Cleofas




A Eucaristia tem dois importantes significados: a Sagrada Eucaristia como ComunhãoEucarística, Comunhão Fraterna ou Ceia do Senhor, alimento espiritual que revigora, inspira e impulsiona a vida da humanidade, e também, como Ação de Graças, sendo denominada de Santa Eucaristia ou Santa Missa. Na verdade a palavra Eucaristia tem o significado de “ação de graças a Deus”.
Como Ação de Graças, a Santa Eucaristia ou Santa Missa é o memorial da Paixão, Morte e Gloriosa Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
“A Páscoa dos Judeus”.
Deus criou tudo o que existe numa manifestação espontânea e misericordiosa de seu incomensurável e infinito Amor. Ele criou a humanidade a sua imagem e semelhança, dotando-a de inteligência e dons especiais. Todavia no primeiro teste de fidelidade os nossos primeiros pais sucumbiram sob a ação da tentação do maligno, cometendo o Primeiro Pecado, um Pecado de Desobediência e de Soberba. O Livro do Genesis da Sagrada Escritura descreve o primeiro pecado e os pecados que logo se sucederam, mostrando que a humanidade foi infiel ao Criador, caindo na escravidão do inimigo e perdendo a amizade de Deus.
Todavia, o Senhor não deixou de manifestar a sua ilimitada Bondade, prometeu que viria Alguém que podia vencer o inimigo e restabelecer a amizade entre as criaturas e o Criador. Este fato do estabelecimento de um novo pacto de amizade entre Deus e a humanidade, foi prefigurado na história do povo escolhido.
A certa altura dos acontecimentos, o povo de Israel vivia uma situação de escravidão e sofrimento no Egito. Então, Deus se manifestou visivelmente, libertando o povo da escravidão e o conduziu através do Mar Vermelho e pelo deserto, até a Terra Prometida.
Como lembrança, os judeus criaram a Festa em homenagem a este fato, constituindo a Páscoa Judaica, com o significado que marcava a passagem do povo de Israel da escravidão para a liberdade, conduzido pela mão poderosa de Deus.
Fazendo parte dos festejos da Páscoa os judeus também comemoram um segundo acontecimento importante, na caminhada pelo deserto à Terra Prometida: foi à chegada ao Monte Sinai, onde Moisés recebeu as tábuas da Lei.
Então, todos os anos, na época da Páscoa os piedosos judeus celebravam por ordem de Deus os dois acontecimentos. Com o rito da imolação do cordeiro e os pães ázimos, eles recordavam o grande acontecimento da libertação do Egito e da Aliança no Sinai, assim como a entrada na Terra Prometida.
Dessa forma, teríamos então o seguinte esquema para a comemoração do Rito da Páscoa Judaica:
O pão ázimo, sem fermento, pela ação de graças, comemora a páscoa da libertação do Egito. O cálice, pela ação de graças, comemora a páscoa da Aliança do Sinai.
Não devemos esquecer que o rito não era uma mera lembrança dos fatos acontecidos, mas uma renovação e uma representação. Eles recordavam o passado, a libertação do povo que estava escravizado no Egito e a aliança com Deus.
Contudo, é importante mencionar, que em cada festa da Páscoa Judaica, os hebreus esperavam que acontecesse uma Nova Aliança com Deus. Eles esperavam a expansão do Reino de Javé não só sobre os israelitas, mas sobre todo o mundo. Esperavam mesmo que o Messias devia ser um grande guerreiro, poderoso e forte, que viesse durante a celebração da Páscoa. A Sagrada Escritura relata que os Profetas e Mensageiros Divinos pregavam com ênfase sobre o tão esperado acontecimento.
“Jesus, a Páscoa Verdadeira”.
Na plenitude dos tempos Deus não falou mais pelos Profetas e Mensageiros, Elemesmo veio na Pessoa de seu Filho: “o Verbo se fez carne e habitou entre nós”. (Jo 1, 14)
Ele não veio abolir o Antigo Testamento e nem interromper o Plano Divino de Salvação estabelecido no Sinai. Veio completá-lo, realizando-o plenamente.
O Novo Testamento descreve de modo inquestionável e brilhante a extraordinária Obra do Senhor.
Assim, a morte e ressurreição de Cristo são a verdadeira Páscoa, que liberta a humanidade do pecado, reconciliando-a com Deus, realizando assim a Nova e Eterna Aliança do Senhor com todas as gerações.
A descrição da Última Ceia feita por São Lucas (Lc 22,14-18), nos revela que Jesus começou a Ceia celebrando a Páscoa Judaica, sem contudo dar-lhe um realce especial.  No momento oportuno Ele instituiu o novo rito, mandando que fosse renovado em sua memória:
“Tomando o pão, deu graças, partiu-o e lhes deu, dizendo: Isto é o meu Corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de Mim”. Do mesmo modo tomou também o cálice, depois de cear, dizendo: “Este Cálice é a Nova Aliança em Meu Sangue, que é derramado em favor de vós”. (Lc 22, 19-20)
Cristo é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, a ser imolado para servir de alimento e de sinal da verdadeira passagem de Deus entre nós, pela qual se realizou a libertação do gênero humano.
Existe, porém, uma diferença essencial. Outrora o povo judeu era aspergido com o sangue do cordeiro, ao passo que Jesus sendo à vítima perfeita, Ele dá de beber o seu próprio sangue, pois por sua morte não somos apenas lavados dos nossos muitos pecados, mas fomos constituídos em verdadeiro povo de Deus, revestidos do poder sacerdotal do próprio Cristo.
Portanto, para perpetuar sua passagem pelo mundo, para que a humanidade de todos os tempos pudesse participar de sua Divina Obra, Jesus instituiu o novo rito, a nova Páscoa, a Páscoa Cristã, com as palavras:
“Fazei isto em memória de Mim”. (Lc 22, 19) Ou segundo São Paulo: “Pois todas as vezes que comerdes este pão e beberdes deste cálice, vós anunciarão a morte do Senhor até que Ele venha”. (1 Cor 11, 26)
Por esta memória objetiva realizada sob os sinais sacramentais do pão e do vinho, sempre se torna presente o Mistério da Paixão, Morte e Gloriosa Ressurreição do Senhor, para que todos que crêem possam participar deste Mistério. Pela memória, a Igreja faz o que Jesus fez, isto é, dá graças a Deus sobre o pão e o vinho pelo Plano de Salvação da humanidade e pela Obra maravilhosa do Criador, realizando desta forma com Cristo a passagem deste mundo para o Pai Eterno.
“Comunhão Eucarística ou Ceia do Senhor”.
Como Sagrada Comunhão a Eucaristia celebra-se em forma de ceia, do mesmo modo como Jesus fez antes de ser entregue. Esta forma Ele a transmitiu à Igreja para que fosse repetido em memória de sua morte e ressurreição. O Concílio Vaticano II diz:
“A Eucaristia é o memorial de sua Morte e Ressurreição, sacramento de piedade, sinal de unidade, vinculo de caridade, banquete pascal, em que Cristo nos é comunicado em alimento, o espírito é repleto de graça e nos é comunicado o penhor da futura glória”.
Então, a Sagrada Comunhão é o Sacramento instituído pelo Senhor na noite da Quinta-feira Santa, durante a Última Ceia que realizou em companhia dos Apóstolos, no Cenáculo, em Jerusalém. Jesus ordenou: “Fazei isto em memória de Mim”. (Lc 22, 19)
Cristo, a vítima perfeita, se ofereceu a Si Mesmo ao Pai Eterno, morrendo crucificado entre dois ladrões. Seu precioso Sangue derramado na Cruz lavou a alma de todas as gerações, infundiu na humanidade a graça santificante através dos Sacramentos e consolou o Criador por causa do Pecado Original e dos Pecados Subsequentes. Na Santa Missa acontece exatamente a repetição do drama do Calvário, mas sem derramamento de sangue. No momento da Consagração, na Santa Missa, sob a ação do Espírito Santo, acontece o fenômeno sobrenatural da “transubstanciação” , o pão e o vinho são transformados no Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, permanecendo o mesmo aspecto externo das espécies de pão e vinho.
Significa dizer que a Sagrada Eucaristia, ou Santíssimo Sacramento, é o próprio Jesus em Corpo, Sangue, Alma e Divindade, que em ação de graças, durante a Comunhão, Ele mesmo se dá na menor fração da Hóstia Consagrada, como comida e bebida espiritual, para a salvação da humanidade.
“A Eucaristia representa”:
- O permanente Sacrifício da Nova Lei, mantendo viva a Aliança que Deus fez com toda humanidade.
- É alimento espiritual para a nossa alma.
- É uma perpétua comemoração da Paixão, Morte e Gloriosa Ressurreição do Senhor Jesus.
- É um testemunho do verdadeiro e infinito Amor de Deus por todos nós.
- É garantia, é penhor de vida eterna. Jesus disse: “Quem come a Minha Carne e bebe o Meu Sangue permanece em Mim e Eu nele”. (Jo 6, 56)
“São três os aspectos fundamentais que acontecem na Celebração de uma Santa Missa”:
a)    A presença real e verdadeira do Senhor.
b)    O memorial do Sacrifício de Cristo e da Igreja.
c)    A Comunhão com Cristo e os irmãos.
“A Primeira Eucaristia”:
Para os Adultos, a preparação é feita em conjunto com a catequese para a recepção dos Sacramentos do Batismo e da Crisma, na mesma cerimônia. A duração da catequese pode ser de um ou mais anos, de acordo com as normas Diocesanas. Para a Primeira Eucaristia das Crianças, é necessário que elas sejam Batizadas e que tenham recebido a catequese apropriada na Paróquia que frequentam.
“Receber dignamente Jesus Sacramentado”:
Deve existir nos fieis uma necessária preocupação em se preparar intimamente parareceber Jesus Sacramentado durante a Santa Missa. É necessário que o fiel esteja em“estado de graça”, ou seja, esteja perdoado e arrependido de todos os seus pecados e transgressões, para receber com dignidade o Santíssimo Sacramento.
No caso do Batismo, o Sacramento é forte e tem o poder dado por Jesus, para perdoar e apagar todos os pecados cometidos anteriormente pelo batizando, até aquele dia (caso dos Adultos). Mas se o Jovem ou Adulto já estão Batizados, para receberem a Primeira Eucaristia eles devem, como bons cristãos, compreenderem a necessidade imperiosa de uma cuidadosa preparação, inclusive procurando o Sacramento da Penitência ou Confissão, se for o caso, de forma a se confessar com o sacerdote e se arrepender e se penitenciar dos seus pecados, alcançando do Espírito Santo de Deus, através das orações do sacerdote, o perdão Divino, e o consequente “estado de graça”, necessário e imprescindível para receber Jesus, com respeito e amor na Sagrada Comunhão.
Não se compreende e não existe outro meio para receber o Senhor Deus com honestidade, devidamente arrependido e penitenciado de todas as culpas.
O fato de uma pessoa receber na Santa Missa a Sagrada Comunhão, sem estar devidamente arrependida de seus pecados, sem estabelecer íntimamente o firme propósito de não mais cometê-los, ela não se encontra em“estado de graça” , e por isso mesmo, constitui uma transgressão gravíssima que deve ser evitada. Explicando melhor, existem pessoas que, para satisfazerem sua vaidade pessoal, ou para se justificarem exteriormente perante os parentes, amigos e conhecidos, ou as vezes, querendo passar uma impressão de piedosa ou devota praticante e fiel, entram na fila e recebem a Sagrada Comunhão sem a devida e necessaria preparação anterior; isto é um verdadeiro sacrilégio. Na verdade elas só recebem uma partícula de trigo e água e não o Senhor na Sagrada Eucaristia. Isto porque, sem estar preparada, ela está se iludindo a si própria, na verdade não conseguirá receber Jesus Sacramentado, o Divino Espírito Santo não permitirá em hipótese nenhuma, que pessoas que não estejam preparadas recebam Deus.
Sendo este um assunto muito sério, que envolve a paz espiritual e a própria vida das pessoas, deve ser meditado e analisado criteriosamente por todos os fieis que amam o Senhor, porque não pode e não deve existir uma vulgarização do Sacramento da Eucaristia, mesmo que seja involuntária, lembrando que a Sagrada Comunhão é o próprio Deus, é Jesus real e presente, em Corpo Sangue, Alma e Divindade, sob a espécie de pão e vinho, que está disponível em todos os sacrários para a vida do mundo. Lembre-se, cometer um pecado contra a Sagrada Eucaristia é buscar a própria condenação eterna.

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Respostas do Catecismo da Igreja Católica
O que é a Eucaristia?
É o próprio sacrifício do Corpo e do Sangue do Senhor Jesus, que Ele instituiu para perpetuar pelos séculos, até seu retorno, o sacrifício da cruz, confiando assim à sua Igreja o memorial de sua Morte e Ressurreição. É o sinal da unidade, o vínculo da caridade, o banquete pascal, no qual se recebe Cristo, a alma é coberta de graça e é dado o penhor da vida eterna.
Quando Cristo instituiu a Eucaristia?
Instituiu-a na Quinta-feira Santa, "na noite em que ia ser entregue" (1Cor 11,23), celebrando com os seus Apóstolos a Última Ceia.
O que representa a Eucaristia na vida da Igreja?
É fonte e ápice de toda a vida cristã. Na Eucaristia, atingem o seu clímax a ação santificante de Deus para conosco e o nosso culto para com Ele. Ele encerra todo o bem espiritual da Igreja: o mesmo Cristo, nossa Páscoa. A comunhão da vida divina e a unidade do Povo de Deus são expressas e realizadas pela Eucaristia. Mediante a celebração eucarística, já nos unimos à liturgia do Céu e antecipamos a vida eterna.
Como Jesus está presente na Eucaristia?
Jesus Cristo está presente na Eucaristia de modo único e incomparável. Está presente, com efeito, de modo verdadeiro, real, substancial: com o seu Corpo e o seu Sangue, com a sua Alma e a sua Divindade. Nela está, portanto, presente de modo sacramental, ou seja, sob as espécies eucarísticas do pão e do vinho, Cristo todo inteiro: Deus e homem.
O que significa transubstanciação?
Transubstanciação significa a conversão de toda a substância do pão na substância do Corpo de Cristo e de toda a substância do vinho na substância do seu Sangue. Essa conversão se realiza na oração eucarística, mediante a eficácia da Palavra de Cristo e da ação do Espírito Santo. Todavia, as características sensíveis do pão e do vinho, ou seja, as “espécies eucarísticas”, permanecem inalteradas.
O que se requer para receber a santa comunhão?
Para receber a santa Comunhão, deve-se estar plenamente incorporado à Igreja católica e estar em estado de graça, ou seja, sem consciência de pecado mortal. Quem estiver consciente de ter cometido um pecado grave deve receber o sacramento da Reconciliação antes de se aproximar da comunhão. Importantes são também o espírito de recolhimento e de oração, a observância do jejum prescrito pela Igreja e a atitude do corpo (gestos, roupas), em sinal de respeito a Cristo.






"Na Eucaristia, nós partimos 'o único pão que é remédio de imortalidade, antídodo para não morrer, mas para viver em Jesus Cristo para sempre' " (Santo Inácio de Antioquia)