Apostila
Curso de Pregação
Renovação Carismática Católica
Esta Apostila foi composta por material condensado,
publicado pela
Renovação carismática Católica.
Renovação carismática Católica.
Contém:
Dois artigos publicado por Dercides Pires
da Silva
(Ex-Coordenador Nacional do Ministério de Pregação)
(Ex-Coordenador Nacional do Ministério de Pregação)
Um curso ministrado por Ralf Berndt
(Ex-Coord. Estadual do Ministério da Pregação em Santa Catarina).
(Ex-Coord. Estadual do Ministério da Pregação em Santa Catarina).
Um artigo com alguns pensamento do Papa
João Paulo II sobre evangelização
Edição e arte:
Indice
Tema:
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Página
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A HUMILDADE DO RAMO DA VIDEIRA
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3
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O
PREGADOR |
5
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O CHAMADO |
10
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CAMINHOS DE
PREGAÇÃO |
12
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ORIENTAÇÕES
PRÁTICAS NA PREPARAÇÃO DA PREGAÇÃO |
15
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ONDE BUSCAR
A MENSAGEM BÍBLICA |
17
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COMO PREGAR
A MENSAGEM |
19
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COMO
APROFUNDAR A MENSAGEM |
23
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A
CLASSIFICAÇÃO DA MENSAGEM |
24
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A PREGAÇÃO NO GRUPO DE ORAÇÃO
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27
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PENSAMENTOS DE JOÃO PAULO II |
30
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ARTIGOS |
A HUMILDADE DO RAMO DA VIDEIRA
Irmãos pregadores, Deus os abençoe. Essa é a primeira palavra que gostaria de dirigir a todos vocês que compõem o ministério de pregação. A segunda é de agradecimento, esperança e hu-mildade.
Agradecimento pelo que todos têm feito em prol do anúncio da Boa Nova em todo o Brasil. Desde os maiores centros urbanos até as menores cidades e vilarejos que bordam de cores vivas o imenso território brasileiro. Agradecimento também pelo empenho de todos no sentido de buscar, cada dia mais, uma formação que combine uma boa técnica com uma perfeita docilidade ao Espí-rito Santo, a fim de conseguir uma metodologia condizente com a pregação cristã.
A esperança é a virtude das pessoas que enxergam o futuro com os olhos de Deus. Estas pessoas não são vencidas pelas perseguições, pelo cansaço, pela rotina, pelo medo, nem por outra dificuldade qualquer. Seu hino preferido é aquele que o Espírito do Senhor fez o Apóstolo entoar há quase dois mil anos: "Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada? Realmente, está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte o dia inteiro; somos tratados como gado destinado ao matadouro (Sl 43,23). Mas, em todas essas coisas, somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou. Pois estou persuadido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principa-dos, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem as alturas, nem os abismos, nem outra qualquer criatura nos poderá apartar do amor que Deus nos testemunha em Cristo Jesus, nosso Senhor. (Rm 8,35-39)".
Meu coração se enche de esperança quando vejo jovens pregadores buscando seriamente a formação. Mas ele realmente transborda de borbulhante alegria expectante quando conto entre os jovens pregadores inúmeros veteranos, que se fossem pesados pela balança do mundo deve-riam se sentir mestres. Porém, ao invés de se sentirem prontos e acabados, sentem-se humildes aprendizes em busca de aperfeiçoamento constante. Olho para eles, jovens e veteranos, juntos na mesma sala de formação, um crescendo com o outro, e penso: realmente, existe uma espe-rança.
Agora a humildade. Ah!... A velha, boa, necessária e difícil humildade! Como precisamos dela!!! E como ela parece querer fugir de nós pregadores! Precisamos dela para reconhecer com o velho e sábio Eclesiastes: "Vaidade das vaidades, (...), vaidade das vaidades! Tudo é vaidade. (Ecl 1,2)." De que vale conquistar espaços, honrarias, fama, dinheiro? Tudo é vaidade, poeira diante da marcha inexorável do tempo. Nada mais que vaidade. Alegremo-nos pelos nossos nomes estarem "escritos nos céus (Lc 10,20)”. Se temos algum direito a recompensa, que seja esta: "os céus". Afinal, se ouvirmos bem, escutaremos: "Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força (2Cor 12,9)".
Precisamos da humildade para nos debruçar sobre as mesas de estudo a fim de esquadrinharmos os livros espirituais e a Sagrada Escritura. Ela também será a companheira inseparável daqueles que se apresentam nos encontros de formação. É igualmente ela que nos incentiva a nos ajoelharmos meia hora, uma hora, duas horas ou mais, diariamente, em oração pessoal, aos pés do Mestre, Senhor, Messias e nosso Deus. Sim, irmãos, sem humildade, até mesmo a fé e o amor, dons magníficos para quem deseja adorar o Pai, o Filho e o Espírito Santo, pouco nos ajudarão na prática da regra de vida mais elementar para os pregadores, que é a oração pessoal diária. Aliás, sem humildade o amor fica inseguro e a fé incerta.
Se para todos os cristãos a humildade é uma regra de vida, para os cristãos pregadores ela é, além disso, uma exigência que se impõe pela própria natureza do nosso ministério. A humildade do pregador deve ser qualificada. Deve ser sempre buscada e jamais pode ser tida por conquis-tada, sob pena de esvair-se mais depressa do que pensamentos pueris. Seu modelo é o da videira. Melhor: do ramo da videira. O ramo da videira sabe que por melhor que sejam seus frutos será sempre podado. Por isso sempre está preparado para a poda. Mesmo assim não deixa de produzir o melhor que pode, apesar da poda iminente. Sua missão é produzir o melhor. Ele sabe que só terá uma chance para produzir um bom fruto, e o faz da melhor forma possível. Em seguida vem a poda.
Gosto de pensar na humildade do pregador como uma espécie de
"espiritualidade" reserva. O bom pregador é aquele que jamais aspira
a ser o "bom", a ser o artilheiro do time, a ser o dono da posição.
Sua missão é estar continuamente à disposição da equipe. Se for acionado,
assumirá a posição e fará o melhor que puder, sem ambição de vir a ser o
titular. Com tal "espiritualidade" não sofreríamos ante os reveses da
"carreira" de pregador.
Como se vê, irmãos, a humildade deve fazer parte do patrimônio pessoal
de todo pregador e como tal deve ser buscada por nós. Oremos, portanto, pedindo
a Jesus que, "sendo exteriormen-te reconhecido como homem, humilhou-se
ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz (Fl 2,8),"
nos cumule de toda humildade que nos é necessária para servimos no ministério
da pregação.
Até breve. Muito obrigado. Deus os abençoe.
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Dercides Pires da Silva
Dercides Pires da Silva
Ex-Coordenador
Nacional do Ministério de Pregação
CURSO DE PREGAÇÃO TEMA 1 |
Vamos conversar sobre pregação. Pregação é uma graça. Como
tudo que a gente tem na vida é graça. Então, a primeira coisa: se você está aqui,
se você veio para cá, se você soube do curso e se interessou a vir, isso é um
sinal muito positivo. É importante no início diferenciarmos o ato de pregar do
ministério de pregar. Não é a mesma coisa. Ato de pregar é uma coisa e o
ministério de pregação é outra coisa. Todo cristão é chamado a pregar o
Evangelho. Claro que nem todo cristão é chamado a pregar da mesma forma. Tem
alguns que pregam escrevendo, tem outros que pregam cantando, tem outros que
pregam pregando, tem outros que pregam escutando, há outros que pregam
aconselhando.
Na realidade todos nós somos chamados a pregar o Evangelho,
a evangelizar. Porém, nem todas as pessoas são chamadas a ter o ministério de
pregação. Isto não quer dizer que os pregadores sejam pessoas fantásticas e
maravilhosas. Isto quer dizer que, como tudo na Igreja, é uma ques-tão de
chamado. O ato de pregar é uma pessoa que pega o microfone ou mesmo sem
microfone diante de um público específico e leva uma mensagem para aquele
público. Isto é o que a gente chama de um ato de pregar, um momento de
pregação. Porém, o ministério de pregação, que é o caso aqui, é diferente do
ato de pregar.
Eu posso ser chamado a orar por alguém, pela cura daquela
pessoa e não ter o ministério de cura. Como é que eu sei que uma pessoa tem o
ministério de cura? Pelos sinais. Qual é o sinal que acompanha uma pessoa que
tem o ministério de cura? A cura. Um ministro de cura todas as vezes que ele
ora, Deus age. Nem sempre Deus age como esperamos que Ele aja, mas Ele age. A
mesma coisa é com a pregação. Quem tem o ministério de pregação, Deus age. Nem
sempre é como a pessoa espera, mas Ele age.
Como é que eu sei que Deus me chama a ter não apenas atos
de pregação, mas me chama ao ministério de pregação? É quando a minha alma e o
meu coração fervem, é quando eu tenho o desejo, a vontade de levar a palavra de
Deus pregando.
Outro dia me perguntaram: como é que você sabe que a pessoa
tem o ministério de pregação? É quando ela ama pregar, ela deseja pregar, para
ela pregar não é um sacrifício, ela tem o maior prazer de pregar. Isso não quer
dizer que ela não tenha dificuldades. Às vezes é difícil para você ir pregar, o
horário não ajuda, é complicado conciliar a família, etc. Mas quem tem o
ministério de pregação ama pregar, como quem tem o ministério de ensino ama
ensinar. O que a pessoa que tem o ministério de música mais gosta de fazer?
Cantar ou tocar. Você deve desconfiar se para você pregar é um ato extremamente
doloroso. É natural que no início seja um ato extrema-mente nervoso, você tem
medo, fica com dor de barriga. Mas é diferente você estar nervoso de você estar
apavorado. A pessoa que tem um chamado, claro que não se pode definir apenas
por isso, mas normalmente quem tem um chamado para pregar ama pregar.
E mesmo alguém que ainda está no início do ministério sonha
em pregar. Tanto é verdade que, por exemplo, a maioria de vocês, eu acredito
que quase 100%, veio para cá com o maior prazer do mundo. Vir ao ministério de
pregação para quem é chamado é um prazer, não é pesado. É verdade que às vezes
há um dia ou outro mais difícil, mas você gosta de estar aqui, você gosta de
fazer os exercícios quando tem, você gosta de participar das atividades de
pregação, você fica feliz quando lhe escolhem para ir pregar em algum lugar,
você procura ajuda, você pesquisa. Se você tem esses sinais, talvez seja o
sinal que Deus esteja lhe dando de que realmente Ele quer lhe investir na
pregação.
COMO DESCOBRIR SE TENHO O MINISTÉRIO DE PREGAÇÃO
O primeiro ponto que a gente precisa diferenciar é que só
deve estar aqui quem tem um chamado para ser ministeriado na pregação. E aí
você pergunta: e como é que a gente sabe? Pelos frutos. Como é que eu sei que
Deus me chama ao ministério de pregação? Pelos frutos. Dois tipos de frutos.
Pelos frutos na minha vida e pelos frutos na vida das pessoas para quem eu
prego. Eu não conto às vezes em que eu vou pregar e quem mais precisa ouvir sou
eu. E quem sai melhor sou eu depois da pregação. Às vezes você está ruim,
talvez não tenha feito a sua oração pessoal, até está em pecado grave e você
vai pregar. Mesmo assim Deus faz. Por que? Porque Deus é sempre fiel. Nós é que
não somos tão fiéis. Aliás, se só déssemos frutos quando estivéssemos
merecedo-res, nós nunca daríamos, porque nunca estamos merecedores. Não pense
que se você está rezando todo dia, está muito bem na oração, fazendo estudo
bíblico, partilhando a sua comunhão de bens, é assinante da Shalom Maná, não
pense que Deus vai lhe abençoar mais do que se você não estivesse. A gente não
compra Deus. Deus não se deixa vender. Eu devo fazer tudo isso como sinal do
meu amor a Ele, mas não para comprá-lo. É aquela história: “Meu Deus, chegou o
final do mês e eu vou pregar no dia primeiro. Vou devolver minha comunhão de
bens hoje, porque amanhã eu vou pregar”. Não funciona assim.
Agora, sem dúvida, uma pessoa que está bem com Deus é mais
ungida. Deus a usa com mais generosidade. Você se torna um canal mais limpo,
como um cano onde passa água. Se o cano estiver cheio de pedra, a água consegue
passar? Consegue, com dificuldade, porque a água passa por todo canto. A água
passa por qualquer lugarzinho, mas passa com dificuldade. Quando o cano está
sem pedra, a água não passa muito mais facilmente? É essa a imagem dos
pregadores. Nós somos canos enferrujados por onde passa a água límpida de Deus.
E às vezes canos enferrujados e com muitas pedras. Mas mesmo assim Deus é capaz
de nos usar.
É A UNÇÃO DE DEUS QUE TOCA OS CORAÇÕES
Eu tive uma experiência muito linda. Eu estava vindo de uma
missão Eu estava cansado. Depois de pregar um final de semana você fica
exaurido espiritualmente. Precisa de um tempo para se recuperar. Por isso que
não dá certo você pregar todo final de semana seguido. Tem que dá um tempo para
se recuperar. Assim como você gasta energia física quando faz uma faxina, fica
físi-camente cansado, acontece a mesma coisa a nível espiritual. Se você passar
o dia todo rezando você fica cansado também, um cansaço espiritual. E eu estava
assim.Tinha muitos outros encon-tros de avivamento e formação para pregar, Fui
até o Santíssimo e falei para o Senhor, não agüento mais, não consigo me virar
em dois, neste instante o Senhor me disse: Você não, mais eu consigo fazer você
virar em Dois, e neste instante eu abri os meus olhos e vi no sacrário a minha
sombra dividida em duas, o Senhor quis dizer com isso que, é preciso sofrer por
amor, a última palavra o meu último suspiro tem que ser uma palavra que leve o
meu irmão para o céu, não há alternativa, aí eu disse: “Senhor, você me colocou
nessa encrenca, você cuide, porque você sabe que eu não estou em condição
nenhuma de pregar!” Eu estou dizendo e faço questão de dizer para que vocês
tirem todo o mito que se tem acerca da pregação. Porque alguns têm assim um
mito, uma visão mágica, e isso não é verdade. Eu faço questão de colocar isso
para que vocês percebam que Deus é quem faz, não é a gente, é Deus quem age.
No final de semana seguinte eu fui pregar um encontro de
formação, fiz uma oração de dois minutinhos na capela, não tinha feito oração
pessoal naquele dia, estava muito cansado, e fui pregar um encontro de formação
para pregadores o Anuncia-me, mas Deus me deu uma unção tão grande que eu
chegava a me tremer. Foi uma pregação maravilhosa. E o fruto, depois a
comunidade toda em oração, quase que a gente não pára de rezar. Dessas orações
que a gente não tem mais vontade de parar depois da pregação. E Deus fez. Na
realidade nós somos canos enferrujados. E ai do pregador, e não só do pregador,
ai de qualquer ministro de Deus, seja ele qual for, ministro da palavra,
ministro de cura, ministro de intercessão, pastor de grupo, forma-dor
comunitário, não importa. Ai daquela pessoa que está a serviço de Deus que
pensa que é alguma coisa, que pensa que é um belo cano. Nós não somos belos
canos. Nós somos canos enferrujados, repletos de pedras, onde raramente
consegue passar água ali dentro. É muito importante que tenhamos esse
conhecimento. Nós estamos aqui por graça, não é por mérito, não é porque
sejamos o melhor. Não é nada disso. É pura graça, chamado de Deus.
Quando a pessoa tem o ministério de pregação, ela descobre
que o tem pelos frutos nela mesma e nos irmãos. Como é que você sabe que a
pregação dá frutos? É quando os irmãos são tocados, quando a vida dos irmãos é
questionada. É quando eles sentem que a vida deles está mudando. É quando eles percebem
que Deus falou direto ao coração deles. Muitas vezes você está pregando e as
pessoas estão chorando. Já aconteceu várias vezes de eu ter essa experiência,
estar pregando e as pessoas chorando da unção de Deus tocando em seus corações.
A COMUNIDADE É QUEM CONFIRMA O CHAMADO
Como é que se sabe que é um bom pregador? Nunca é a pessoa
que confirma, são sempre os outros. Na realidade não é você que diz que tem o
ministério de pregação. Quem diz é a comu-nidade, quem diz é o grupo. Se você
acha que tem e raramente é chamado a pregar, das três uma: Ou você ainda é
muito novo e ninguém conhece o seu ministério, é natural que ninguém lhe chame;
ou lhe chamaram algumas vezes e não deu muito fruto e lhe esqueceram de
propó-sito; ou você não tem chamado. No meu caso perguntam como foi que começou
comigo? Eu era de um grupo de oração, e o pastor do grupo de oração, um
pregador chamado José, um homem cheio de Deus, conduzido pelo Espírito, muito
carismático, chegou para mim de surpresa e disse: você vai pregar no retiro do
grupo primeira experiência de oração. Deus colocou no coração dele, porque eu
jamais iria ter a ousadia de pedir para pregar no retiro do grupo. Claro que
naquela noite eu não dormi. Preparei duas páginas repletas, porque quando
estamos começando a pregar é natural a insegurança. Achamos que fica mais
seguro quando copiamos. E copiamos até as vírgulas. É até importante que
precisemos de um papel, você nunca vai deixar de usá-lo, mas à medida que você
vai crescendo no ministério, ele diminui de tamanho. Quanto mais inseguro você
for maior é o tamanho do papel. A não ser que você não tenha ministério de
pregação, mas seja ministro de ensino. Vamos estudar mais adiante a diferença
entre ministro de ensino e pregador, não é a mesma coisa. O ministro de ensino
não dá para ser pregador, mas o pregador dá para ser ministro de ensino. Isso
não significa melhor ou pior, não estamos falando nesse sentido. São os dons de
cada pessoa. O ministro de ensino precisa ter um papel, ele gosta de usar
quadro, de pregar para um grupo pequeno de pessoas, tem segurança num conteúdo
muito mais catequético, fala baixo, se sente mais seguro numa sala com pouca
gente, tem um certo pânico de microfone, tem horror a multidão. Já o pregador
gosta de multidão, se identifica com o querígma, com o anúncio do evangelho de
Jesus Cristo.
Ao pregador, muitas vezes, Deus dá instrumentos humanos que
facilitam, como facilidade verbal, capacidade de síntese, gosto pela leitura,
consegue compreender e não só compreender o que ler como também, o que é o mais
importante, passar o que aprendeu. Tem gente que é cheio de conhecimento, mas
não sabe passar para o outro. Fala numa linguagem tão complicada que o outro
não compreende, não adianta. Você pode saber muito, mas se não souber passar,
acabou-se. É preferível saber pouco e passar bem do que saber muito e não
conseguir passar. Porque aí não fica nada. Como é que eu sei que passo bem? É
quando do maior ao menor, do mais inte-lectual ao mais simples entende o que eu
estou pregando. Essa história de pregar bonito não funciona. O que toca é o
poder de Deus, não são palavras bonitas. Aquela pregação muito erudi-ta, com
palavras difíceis não fica. Alimenta a cabeça, mas não alimenta o coração, não
adianta. Quando vem na unção de Deus, toca.
Você ainda prepara o que você vai pregar? Claro que eu
preparo. Continuo rezando. Quando é assunto que eu não domino, eu tenho que
estudar, tenho que pesquisar, mesmo que eu já tenha pregado, tenho que revisar
o assunto. Para que? Para eu poder pregar de novo aquele assunto e ainda por
cima sempre tem novidades. Deus nunca inspira o mesmo conteúdo, sempre tem
novidades. Já o ministro de ensino também usa a voz, mas é diferente do
pregador. Há muitos pregadores que com o tempo descobrem que não são
pregadores, mas são ministros de ensino. É uma questão de chamado. Eu acredito
que com o tempo de curso a gente vai aprender a diferenciar uma coisa da outra.
Quem vai dizer se você é pregador ou ministro de ensino não é você, é o seu
vizinho. Na realidade quem confirma o nosso ministério é quem convive conosco,
é quem nos ouve. Porque é Deus quem vai defender a sua causa, eu preparei duas
folhas cheias, preguei, o grupo gostou, todo mundo gostou. Deu fruto. Desde
então, sou convidado a pregar em todos os lugares, mas a graça é do Senhor.
Quando Deus chama alguém para um ministério, Deus mesmo vai
abrir as portas da providência para que aquele ministério aconteça na vida da
pessoa. Você não precisa forçar a barra. Às vezes, a gente quer forçar a barra
e nada acontece. Porque é vã toda obra que não comece no céu. Toda obra para
ser divina tem que começar no céu. Seu ministério de pregação para dar frutos
se não começar no céu, começar só na terra não vai dar frutos. Tem que começar
lá em cima. E como a gente julga isso? Pelos frutos.
Uma pessoa me perguntou: “Como é que eu sei que Deus me
chama a ter o ministério?” Eu vou falar de maneira assim sistemática. Primeira
coisa: Deus coloca no meu coração o desejo de pregar, a vontade de pregar. Segundo
sinal: Deus abre as portas para que eu comece a pregar. As circunstâncias
começam a acontecer para que eu comece a pregar. Terceiro sinal: a comuni-dade,
quando eu falo comunidade me refiro ao grupo de oração, onde eu estiver,
confirma que eu, de fato, sou chamado a pregar, pelos frutos.
A comunidade confirma, os irmãos gostam, pedem para vir de
novo. Quando eu falo que gostam não é no sentido da gente dizer só o que o povo
quer ouvir. Um bom pregador diz às vezes a coisa mais dura do mundo, a pessoa
ouve, deu um tapa na pessoa, mas por causa da unção ela nem sente que levou um
tapa. A pessoa leva uma surra de palavras, mas fica agradecida. Ela ouviu a
verdade. Eu já ouvi pregação, eu assistindo, não pregando, que Deus descascou a
minha alma. Eu apanhei, levei uma surra da pregação. Mas eu saí agradecido,
porque eu percebi que embora doendo, Deus estava me orientando, me corrigindo.
A unção tem isso. A pregação mês-mo quando é dura, machuca, mas não fere. Ela
não fere porque vem a unção.
Outro sinal de que eu tenho o ministério de pregação é que
vão crescendo as oportunidades de pregar. Ela surge por alguém que me convida
para fazer um curso de pregação. Ela surge porque no meu trabalho me jogam para
dar uma mensagem de Natal ou de Páscoa. Às vezes você nem quer e a pessoa
chama. É uma coisa que vai crescendo. Um outro sinal é que você sente um desejo
de ir crescendo no ministério de pregação, ou seja, você começa a ler sobre o
assunto, começa a desejar não apenas ter atos de pregação, mas entrar no ministério
mesmo. Tem vontade de aprender a pregar, acha lindo quem prega e gostaria de
aprender. Tudo isso são sinais. Também outro sinal: o fruto na sua vida. Faz
bem para você. Não no sentido de orgulho, de ser melhor do que os outros, mas
você cresce espiritualmente, você sai melhor depois que prega, você sai mais
santo, sai com mais vontade de mudar de vida. Você vai vendo que não pode
continuar sendo tão incoerente, porque você prega, tem que ter coerência. Não
dá para você viver uma vida e pregar outra coisa. Tem que ter uma coerência
mínima. Não dá para você continuar pregando com a vida errada. Isso vai levar
você a mudar de vida, se converter. Claro, ninguém fica nunca cem por cento
coerente. Nenhum pregador, nenhum cristão, é cem por cento coerente. Todo mundo
tem suas limitações, quem prega também. Mas quem prega, porque aparece muito,
tem que estar mais atento do que quem não aparece, por causa do perigo de
escândalo, porque é um ministério muito público, muito visível.
O ministério de pregação quando é de Deus vai acontecendo
na sua vida naturalmente. Deus vai fazendo. Não precisa você se defender. É
Deus quem vai defender aquilo que é d’Ele. Não foi Ele quem te deu o dom? A
melhor coisa para você saber se já pode pregar é como uma pessoa que quer saber
se sabe nadar e é empurrada no meio de um mar com tubarão. Joga a pessoa num
mar com tubarão que rapidamente ela descobre se sabe ou não nadar. O que o
ministério de pregação deve fazer? Joga os que querem pregar no meio dos
tubarões. Claro, você não vai jogar num mar com vinte tubarões porque a pessoa
não agüenta, mas com quatro ou cinco, propor-cional a caminhada, você deve
jogar. Manda que ela pregue, não se aprende a pregar ouvindo pregação. Não se
aprende a pregar ouvindo pregação de quem prega. Nem estando no ministério você
aprende a pregar. Você só aprende a pregar pregando. Como, aliás, tudo na vida.
Você só aprende a dirigir, dirigindo. Você só aprende a falar, falando. Só
aprende a comer, comendo. Só aprende a andar, andando. É assim humanamente
falando e também espiritualmente falando. É natural que você tenha medo. São
Paulo diz que ele pregava com temor e tremor. Quando eu li isso pela primeira
vez eu disse: “Graças a Deus, eu não estou sozinho!” Porque São Paulo, o grande
São Paulo, pregava com temor e tremor, quem dirá nós. Deus não vai colocar nas
suas costas um peso maior do que o que você possa carregar. A primeira vez que
eu preguei no meu retiro tinha umas cinqüenta pessoas. Mas a tendência é você
ir crescendo na quantidade, aliás, para quem prega isso é de menor importância.
Você prega para dez, quinze, trinta, cinqüenta, cem, vinte mil pessoas. Com o
tempo você vai se acostumando. Você nem pode achar que só prega se tiver muita
gente, porque aí já está errado. Quem prega tem que pregar sempre, em qualquer
lugar.
Segunda coisa importante no ministério de pregação. Reparem
que eu não estou falando do ato de pregar, estou falando do ministério. O
ministério de pregação é uma vocação, é um chamado, ou seja, Deus é quem chama.
E nós respondemos. Então segunda coisa muito importante e fundamental: não
basta ter boa vontade. De fato, eu tenho que compreender que é um chamado de
Deus e Ele usa mediações humanas para confirmar. Deus chama como Ele quer,
quando Ele quer, quem Ele quer. E quando Deus chama, Ele confirma, quando Ele
chama cria circunstâncias, quando Ele chama a coisa acontece, mesmo que não
houvesse ministério de pregação você pregaria. O ministério ajuda. Eu nunca
havia participado de ministério de pregação. Comecei a participar depois de
vários anos de pregação. O ministério é um apoio, devemos participar. Mas o que
vai realmente comprovar são os frutos.
Uma outra coisa que é importante a gente saber sobre
pregação. É impossível você ter um ministério de pregação se você não for uma
pessoa orante. Se você não for uma pessoa de oração pessoal, desista hoje. Se
você, meu querido irmão, não for uma pessoa que ore diária-mente, nunca vai ser
um bom pregador. Você pode até ser um pregador bonzinho, mas não vai ser
instrumento de Deus para mudar a vida das pessoas. É impossível ter um
ministério de pregação se você não for uma pessoa orante. Porque a principal
atitude de um pregador não é falar bem, mas é ouvir bem. O falar vem em segundo
lugar. O primeiro lugar é ouvir. Se você não ouve vai pregar o quê? Quando eu
comecei a pregar, eu não tinha o hábito de oração diária. Então o que eu fazia?
Eu pregava o que Deus me dizia e o que o Padre Jonas pregava. Para mim o Padre
Jonas foi muito importante. E no início é até bom que você tenha alguém em quem
se espelhar. É bom que você tenha um pregador ou uma pregadora que você admire.
Não é ruim. Ruim é se você ficar no estilo daquele que você admira e não
descobrir o seu próprio. Não adianta imitar pregador. Cada pregador tem seu
estilo. Não dá para você imitar, apenas você pode se inspirar.
No começo do meu ministério eu me inspirava no Padre Jonas,
mas depois eu descobri o meu estilo próprio. Quando se fala em estilo, não é
você quem decide o seu estilo. Não é decisão sua, é Deus que vai lhe colocar o
estilo que Ele quer para você. Pode ser suave, pode ser forte, pode ser
eloqüente, pode ser carismático. Eu posso me inspirar em pregadores que eu
conheço, padres ou leigos e isso é até bom, especialmente se eu não sei qual é
o meu estilo, mas o correto é que à medida que os anos forem se passando, eu vá
descobrindo que tipo de pregador Deus me chama a ser. Às vezes, Deus pode te
chamar para ser um pregador de apenas um tipo de público. Você pode ser chamado
a pregar para crianças, por exemplo. Se eu pudesse escolher sempre eu só
pregaria para universitários, para jovens e para casais. Quanto mais difícil
for o público mais eu gosto de pregar, porque a gente vê a ação da graça.
Pregar para dependentes de drogas, por exemplo, eu acho ótimo. Tem gente que
foge. Eu acho ótimo, porque é um povo difícil. É na dificuldade que você vê a
graça agindo. Porque quando Deus age na dificuldade você vê claramente que é
pura graça, já que você, por si mesmo, não poderia fazer aquilo. Com o tempo
você vai até descobrir para que tipo de público Deus te chama a pregar. Você
pode ser um pregador para senhoras, para jovens, para crianças ou para qualquer
tipo de público. Tem sempre um público que você se inclina mais, mas isso não
quer dizer que você deva ter uma exclusividade com aquele público. Deus pode
levar você a pregar onde Ele quiser. Por isso que a primeira coisa que o
pregador deve ter são bons ouvidos espirituais.
Deus fala através das coisas simples. Uma água, um copo, um
quadro que está caindo, uma falta de energia quando você está pregando. Uma das
maiores dificuldades que nós temos é escutar a Deus. Só existe uma maneira de
você descobrir quando é Deus que está lhe falando: quando você obedece o que
Ele lhe fala. Quando eu obedeço e vejo os frutos, eu retrocedo ao momento da
escuta e ganho uma experiência de como diferenciar aquela voz que é de Deus da
minha própria voz. Então quanto mais eu escuto e quanto mais eu obedeço, mais
eu vou aprendendo a diferenciar qual é voz de Deus e qual é a minha voz. Não
existe um curso para aprender a ouvir a Deus. Você tem que colocar em prática.
Você tem que ter humildade de saber que no processo de aprendizagem você vai
errar. Um pregador na realidade vai ficando grávido do que ele vai pregar. Pregação
é uma arte e um dom. É um dom porque é Deus que te chama, mas é uma arte porque
você aprende a pregar também. O ministério de pregação e o curso de pregação
não dão o dom, pois quem o concede é Deus. Nós damos aqui a arte, a
experiência, mas se você tiver toda a arte e não tiver o dom, de nada vai
adiantar.
CURSO DE PREGAÇÃO TEMA 2 |
Estamos aqui aprendendo a arte de pregar. Para poder
exercer a arte, você precisa ter o dom, precisa ter o chamado. Como é que eu
sei que eu tenho o ministério? Você sabe quando tem o ministério quando exerce
um dom repetidamente e Deus repetidamente confirma. Pelos sinais, pelos frutos.
CONDIÇÕES PARA EXERCER O MINISTÉRIO DE PREGAÇÃO
Algumas condições para exercer o ministério de pregação:
primeiro: ter nascido de novo. Se você não teve uma experiência com Cristo, se
Jesus não é uma pessoa para você, alguém pessoal, como é que você vai falar em
nome d’Ele? Você precisa ter tido um encontro com Jesus Cristo. Se você tem
dúvida é porque não teve. Não dá para você ter dúvida de um encontro com
Cristo, porque é algo que muda a sua vida de maneira tão profunda, que daqui a
mil anos você se lembrará dele. Segundo: vocação para pregar. É o que eu falei,
o chamado. Deus chama a pes-soa a pregar. Terceiro: o pregador precisa ter uma
conduta moral irrepreensível. Quando se fala irrepreensível aqui, não se fala
uma conduta moral perfeita. Quem de nós pode dizer que é perfeito naquilo que
Deus quer que a gente seja? Se fosse verdade que só pode pregar quem é perfeito
eu seria o primeiro a jogar o microfone fora, porque eu não sou. E se você for
atrás, ninguém que prega é. Aliás, ninguém que pastoreia é, ninguém que
aconselha é, ninguém que é padre é, ninguém que é bispo é, ninguém que é papa
é. Por que? Porque Deus nos chama nas nossas limitações. Isso não quer dizer
que eu vou ser hipócrita, preciso ter uma coerência mínima e básica. Não
preciso ser perfeitíssimo, porque ninguém consegue ser perfeitíssimo, mas
também não posso ser contraditório, incoerente e causar escândalo. Eu tenho que
ter um certo equilíbrio moral na minha vida. Como é que um adúltero pode
pregar? E o que eu falo de adultério eu falo de qualquer outra coisa mais
pública. Uma pessoa que rouba. Não estou falando de um ladrão convertido, mas
uma pessoa que rouba freqüentemente, que todo mundo sabe que é ladrão, como é
que ela vai pregar. Não só pregar, mas fazer qualquer coisa na Igreja que
apareça, a gente tem que ser coerente.
Outro ponto que é importante para o pregador é que ele
precisa ter maturidade espiritual e humana. Espiritual por que? Como é que você
vai ensinar os outros o que você primeiro não viveu? É necessário que uma
pessoa que prega, tenha uma certa maturidade espiritual. Por isso que não é bom
um pregador neófito, que está com menos de um ano de convertido, menos de dois
anos de convertido, porque ele ainda precisa ser provado pelo tempo. Claro que
ele pode até freqüentar o ministério, mas você não pode expor uma pessoa que
tem pouco tempo de caminhada com o Senhor, para ir pregar para um público que
talvez ele não saiba conduzir. Tal-vez ele não tenha maturidade para lidar com
aquilo.
Tem muita gente que gostaria de ser pregador pelo orgulho
de ser aplaudido. A pessoa fica atrás da vaidade. Isso atrapalha qualquer
ministério público, a música, a pregação, o pastoreio. Tem muita gente que é
tentada pela vaidade e é por isso, talvez, que Deus não permita que essas
pessoas sejam, digamos assim, reconhecidas. Por que? Porque Deus sabe que vai
matar a vida espiritual delas. Uma pessoa muito vaidosa, que não trabalhou bem
a sua vaidade, não tem condições de ser um grande pregador, um pregador famoso
ou conhecido. Porque a vaidade vai destruí-la. Ela não vai saber lidar com
aquilo. Deus não constituirá você no muito se você no pouco não foi fiel. A
maturidade humana e espiritual é que nos ajuda a separar as coisas. A fazer
você ver que é apenas um instrumento de Deus, que não é mérito seu, se as
pessoas são tocadas é por pura graça. E o tempo é que dá isso. No começo somos
tentados pela vaidade, mas depois nos conhecemos tão bem, que percebemos cada
dia mais, que tudo é graça de Deus. Na vida espiritual quanto mais a gente
caminha, mais a gente vai percebendo que não vale nada. No começo, assim que a
gente se converte, a gente pensa que é santo. Na medida em que você caminha na
sua vida espiritual, se você caminha em espírito e em verdade, Deus vai
mostrando que você não é nada daquilo que você pensava que era. E quanto mais
tempo de caminhada você tem, quanto mais maduro você for espiritualmente, mais
consciência você vai ter de quão pobre é. Porque o crescimento em Deus é para
baixo, não para cima. Ou seja, eu vou crescendo cada vez mais na humildade, no
reconhecimento do meu nada, no reconhecimento que é Deus quem faz. Somente
quando eu chego aí é que Deus me usa. A maturidade espiritual e humana é
impor-tante por isso. Porém, maturidade não se força, ela vem com o tempo.
Maturidade é fruto de um processo. É o tempo, a experiência, a vivência que nos
amadurece.
Outra característica de um pregador é ter aptidão natural.
Você tem que gostar de falar. Se me perguntassem, qual é a coisa mais
importante de um pregador? Eu responderia: “É a unção”. É a unção que
diferencia um pregador chamado por Deus de um pregador chamado por si mesmo.
Porque a unção ninguém consegue imitar, é pura graça de Deus. A unção é aquilo
que Deus confirma, para quem ouve e para quem prega, que Ele está agindo. Ele
confirma no coração de quem ouve e Ele confirma no coração de quem prega. É
algo que não tem como imitar. O demo-nio não consegue imitar. Nem você
consegue. E a unção só tem quem é chamado por Deus para exercer aquele
ministério e alimenta essa unção pela intimidade com Deus. Por isso quem não
ora, não adianta querer pregar. Isso vale não só para a pregação. Qualquer serviço
na Igreja só funciona com oração. Não tem como você pregar sem intimidade com
Deus, porque não vai ter unção. E o que é a pessoa ungida? É uma pessoa que tem
o sinal do Espírito Santo nela. Deus nos convida a vivermos eternamente,
continuamente na unção, a todo momento. De maneira tal que quando você for
pregar, é apenas um momento em que aquela unção transborda. Só tem isso quem
reza. Quem prega ou exerce outro ministério público, para manter-se na unção,
precisa ter: missa diária, oração pessoal diária, mergulho na Palavra, leitura
de livros espirituais.
Não pense que um pregador para atingir o homem de hoje pode ir apenas com a Bíblia. A Palavra é a base, sem ela nada acontece, porque ela tem poder nela mesma, mas o homem de hoje é um homem que não lê a Bíblia. Um pregador alienado é uma contradição. Você tem que ler jornal diariamente, ser assinante de uma revista semanal, de uma revista espiritual Contudo, não é isso que leva a graça para a pregação, o que leva a graça é a unção, mas a graça de Deus age a partir da nossa humanidade. E eu ajudo a graça rezando, lendo, estudando, pesquisando, vendo coisas boas na televisão, vendo jornal etc.
COMO
IDENTIFICAR O CHAMADO PARA PREGARNão pense que um pregador para atingir o homem de hoje pode ir apenas com a Bíblia. A Palavra é a base, sem ela nada acontece, porque ela tem poder nela mesma, mas o homem de hoje é um homem que não lê a Bíblia. Um pregador alienado é uma contradição. Você tem que ler jornal diariamente, ser assinante de uma revista semanal, de uma revista espiritual Contudo, não é isso que leva a graça para a pregação, o que leva a graça é a unção, mas a graça de Deus age a partir da nossa humanidade. E eu ajudo a graça rezando, lendo, estudando, pesquisando, vendo coisas boas na televisão, vendo jornal etc.
Como é que eu sei que eu sou chamado a pregar? São três
características. Quando eu tenho vontade de pregar, fruto da minha reflexão, eu
penso nisso, eu me imagino pregando. Segundo, eu tenho um interesse
desinteressado em pregar. E o terceiro sinal é um desejo persistente de pregar.
Como é que a pessoa sabe que não tem chamado para pregar? Primeiro, ela não tem
gordura de conteúdo, não tem vontade de pregar, tem uma pregação muito
interesseira, prega dependendo do local e do tipo de público. Dentro do
ministério de pregação há chamados especí-ficos. Há pessoas que não são chamadas
a pregar para multidão, são chamadas a pregar para grupos pequenos. Há pessoas
que têm um chamado muito forte para pregar em praça pública. Há outros que não
têm, embora sejam pregadores. Cada pregador tem que ter o seu estilo pes-soal
de pregar, a sua maneira. O seu estilo é influenciado pelo seu temperamento e
suas experi-ências de vida. Todo bom pregador tem que se adaptar ao público,
não é o público que se adapta ao pregador.
DIFERENÇA ENTRE O PREGADOR E O MINISTRO DE ENSINO
As principais diferenças entre o pregador e o ministro de
ensino, são: O ministro de ensino é catequético, ou seja, ele entra mais no
aprofundamento da fé, ele é bíblico e ele é menos querigmático. O pregador é o
contrário. Primeiro ele é querigmático, depois bíblico, depois catequético. O
método do ministro de ensino é mais formal, gosta de dar aula para poucas
pessoas, faz um planejamento bem feito do que vai pregar e aprofunda o tema. O
pregador é mais informal, é pouco planejado e é baseado naquilo que Deus fala
no momento. Qual é o objetivo da pregação? Evangelizar, converter, animar,
exortar, consolar e refrigerar. O ensino aprofunda, solidifica, fortalece,
revisa, retém e ensina. Mas isso é uma questão de predominância e não de
exclusividade, porque todo pregador acaba tendo um pouco de ministro de ensino
e o ministro de ensino acaba tendo um pouco de pregador também. O pregador
geralmente é um entusiasta pelo que prega. O ministro de ensino é mais sereno.
O pregador envolve mais as pessoas. Já o ministro de ensino é mais ordenado,
mais organizado. Ele gosta de usar até quadro. O pregador é mais fervoroso na
pregação, o ministro de ensino é mais esquemático. O pregador fala mais ao
coração do que à mente. O ministro de ensino fala mais à mente do que ao
coração. O pregador gera conversão. O ministro de ensino gera convicção.
CURSO DE PREGAÇÃO TEMA 3 |
Quem nos dá a arte de pregar é Deus. Precisamos desenvolver esta arte,
aperfeiçoar, com a nossa humanidade. Nós vamos desenvolver estes talentos passo
a passo aqui no curso, apren-dendo uns com os outros e sendo ajudados com os
exercícios. O importante é aprendermos esta caminhada de pregação. Hoje vamos
ver os quatro caminhos de pregação.
O bom pregador fala porque tem algo a dizer. O mal pregador fala porque
tem que dizer algo. Existe esta grande diferença. O bom pregador tem algo a
dizer do que captou de Deus. Ele escu-tou algo e passa; ele é somente o
veículo, ele é somente o cano enferrujado do Senhor. O mal pregador, aquele que
não é pregador, não fala o que ouviu de Deus. O modelo de pregador para nós é a
pessoa de Maria, porque ela escutou a Palavra, creu e a deu ao mundo. Escutou a
men-sagem do anjo e em seguida ela doou esta Palavra ao mundo, proclamou-a ao
mundo. Este é o modelo de pregador que Deus quer para nós seguirmos, porque nós
devemos escutar a Palavra.
O PODER DA PALAVRA
NA PREGAÇÃO
O bom pregador não é o que fala bem, mas o que escuta bem. Então nós
devemos primeiro escutar a Palavra. Se algum de nós pregar e não escutar a
Deus, não tiver seu estudo bíblico, não buscar a vontade de Deus através da
Palavra, com certeza não será bom pregador, porque não vai pregar o Cristo, vai
pregar a sua vontade, o que as pessoas ensinam, a sua cultura, falar o que
aprendeu. Mas para falar de Cristo você precisa escutar a Cristo como Maria
fez; escutou e em seguida acreditou. O pregador não pode colocar o que ele acha
sobre os assuntos da Igreja, sobre a doutrina, o que chamamos de “achologia”,
mas ele deve colocar o que a Igreja prega, o que a Igreja ensina e a Igreja só
ensina e prega respaldada na Palavra do Senhor, na Bíblia.
O pregador tem que acreditar na Palavra. Nenhum pregador prega sem acreditar nesta Palavra, sem orar com ela e em seguida proclamá-la ao mundo, doá-la ao mundo, como fez Nossa Senhora. Este é o chamado do pregador: escutar, crer e em seguida proclamar. Existem muitos tipos de pregadores: bom pregador, mediano pregador e o que não é tão bom, o fraquinho. Que tipo você quer ser? É preciso que você encontre as vias de comunicação com Deus. Sabemos que Deus fala, mas precisa-se procurar vias onde O escutar. Algumas pessoas só enxergam o que está à frente. O pregador não se detém no que aparece à frente, no horizonte, ele vai além, é como Moisés que saiu, foi ao deserto e viu além do deserto. Se ele não for não descobrirá o imenso tesouro. Precisamos ter ouvidos e olhos atentos a tudo à nossa volta, em todos os momentos. Vamos colocar quatro caminhos para encontrar este tesouro, ou vias. Este tesouro que muitos não encontram, não conseguem enxergar, mas a nossa função é ir lá, no escondido e encontrar. Muitas vezes vamos encontrar pedras brutas, que precisamos polir para apresentá-las aos nossos irmãos.
AS QUATRO VIAS DE
PREGAÇÃOO pregador tem que acreditar na Palavra. Nenhum pregador prega sem acreditar nesta Palavra, sem orar com ela e em seguida proclamá-la ao mundo, doá-la ao mundo, como fez Nossa Senhora. Este é o chamado do pregador: escutar, crer e em seguida proclamar. Existem muitos tipos de pregadores: bom pregador, mediano pregador e o que não é tão bom, o fraquinho. Que tipo você quer ser? É preciso que você encontre as vias de comunicação com Deus. Sabemos que Deus fala, mas precisa-se procurar vias onde O escutar. Algumas pessoas só enxergam o que está à frente. O pregador não se detém no que aparece à frente, no horizonte, ele vai além, é como Moisés que saiu, foi ao deserto e viu além do deserto. Se ele não for não descobrirá o imenso tesouro. Precisamos ter ouvidos e olhos atentos a tudo à nossa volta, em todos os momentos. Vamos colocar quatro caminhos para encontrar este tesouro, ou vias. Este tesouro que muitos não encontram, não conseguem enxergar, mas a nossa função é ir lá, no escondido e encontrar. Muitas vezes vamos encontrar pedras brutas, que precisamos polir para apresentá-las aos nossos irmãos.
Vamos começar pela via cosmológica. Vem do cosmo (Rm 1, 19-20). O que é
o cosmo? O uni-verso, a natureza, a presença de Deus acessível ao homem. As
obras de Deus na natureza estão acessíveis ao homem. Encontramos a Deus em suas
obras pela via cosmológica. O pregador deve sempre observar o ambiente, tudo ao
seu redor. O pregador deve ir além, não ver o que todo mundo vê. Devemos ser
como São Francisco de Assis: primeiro extasiar-se com a natureza, para depois
diante do que o Senhor nos revela, proclamarmos as maravilhas de Deus. Deus
sempre fala nas situações. Nada da nossa vida acontece por acaso.
Jesus usou muito a via cosmológica, basta abrirmos o Evangelho: Jesus,
nos evangelhos, se refere a vinte tipos de animais. Se Jesus utilizou, porque
não usar também. O Senhor sempre está utilizando-se da natureza para evangelizar,
para converter os corações, para libertar o seu povo, para chamar o seu povo,
para proclamar os sinais de libertação no meio do seu povo. Jesus falou que nos
dá o poder de fazermos muito mais prodígios do que Ele fazia. Isto nós podemos
fazer utilizando-nos dessas vias que o Senhor nos dá.
Portanto podemos utilizar a natureza, o cosmo, e tudo o que há nele
para enriquecer nossa pre-gação.
A 2ª via é a antropológica. É a via que utiliza as coisas inerentes ao homem. Deus se faz presente neste mundo através do homem. Deus utiliza o homem para converter o homem. Pregamos apre-sentando Deus através da vida e história do homem. A via antropológica tem infinitos tesouros para pregarmos a Palavra. Por exemplo: o organismo do homem que é um dos computadores mais perfeitos que existem. Pelas perfeições do organismo tudo fala de Deus. Você vê o poder de Deus; a constituição genética é a base de nossa vida. Vemos o poder de Deus agindo, tudo nos fala de Deus. Sabemos que a vida só pode vir de Deus.
A 2ª via é a antropológica. É a via que utiliza as coisas inerentes ao homem. Deus se faz presente neste mundo através do homem. Deus utiliza o homem para converter o homem. Pregamos apre-sentando Deus através da vida e história do homem. A via antropológica tem infinitos tesouros para pregarmos a Palavra. Por exemplo: o organismo do homem que é um dos computadores mais perfeitos que existem. Pelas perfeições do organismo tudo fala de Deus. Você vê o poder de Deus; a constituição genética é a base de nossa vida. Vemos o poder de Deus agindo, tudo nos fala de Deus. Sabemos que a vida só pode vir de Deus.
Veja o salmo 8,6. A história do homem, a sua história na comunidade, a
história do povo são conteúdos para uma pregação. Cada época, personagem e
cultura têm uma mensagem salvífica.
O pregador deve ler jornais, revistas e assistir noticiários com senso crítico. O dom do discerni-mento deve ser latente em cada um. Agora Deus se utiliza da nossa humanidade.
O pregador deve ler jornais, revistas e assistir noticiários com senso crítico. O dom do discerni-mento deve ser latente em cada um. Agora Deus se utiliza da nossa humanidade.
Outro ponto da via antropológica é a música, não só a música cristã,
mas a “mundana” também. A música da moda é excelente para pregar na linguagem
dos nossos dias. Embasados pelo discernimento dos espíritos nós usamos estas
músicas de duplo sentido e mostramos como o mundo está distorcendo a realidade
do que é pecado, do que não é pecado. Por exemplo, as músicas desta cantora que
já morreu (Cássia Eller). “Só peço a Deus um pouco de malandra-gem...” você
pode pegar este conteúdo para fazer uma pregação com o motivo de denunciar o
mal. Deus não dá o mal (malandragem). Deus dá amor. Jamais “malandragem”. Nós
podemos pegar trechos de músicas mundanas e colocar mostrando o engano. Na via
antropológica utiliza-mos a cultura, a história do povo para o qual nós vamos
pregar. Precisamos colher o maior número possível de informações, subsídios, a
partir da situação das pessoas.
A 3ª via é a da Revelação. Deus tomou a iniciativa e buscou primeiro,
mandando seu Filho até nós. Foi Ele quem buscou o homem. Deus progressivamente
revela a salvação até chegar Jesus, através dos sinais dos profetas, do homem.
Devemos transmitir o que Deus fala realmente, e não o que eu penso. Pregador
que não tem intimidade com Deus é um perigo, é uma catástrofe; nós temos que
conhecer o Senhor. Conhecer Jesus. Como posso falar de Deus se não O conheço? A
Bíblia é o lugar de encontro com Deus. A Bíblia supera em muito as revelações
dos santos e as revelações de Nossa Senhora.
A 4ª via é a do Magistério. A autêntica interpretação da Bíblia
pertence à Igreja na pessoa de seus bispos. Eles que são os sucessores dos
apóstolos. Eles vão a procura do tesouro e nos dão polido. A via do magistério
da Igreja é manancial inesgotável para encontrar mensagens muito ricas. O Santo
Padre tem escrito maravilhas com interpretação original e ensino pedagógico.
Esta via nos dá a segurança de estarmos pregando corretamente a Palavra de
Deus. As ferramentas que podemos utilizar nesta via são os documentos da
Igreja, as Encíclicas, as Cartas apostólicas, os documentos do Concílio
Vaticano II e todos outros documentos que venham dos verdadeiros sucessores dos
apóstolos, os Bispos, que estejam em comunhão com o Papa.
Com estas quatro vias nós podemos escutar o Senhor e preparar nossas
pregações. Não acon-tecerá mais conosco pregações desmotivadas, sem sentido.
Porque nós temos onde buscar o que Deus quer nos falar e podemos assim,
transmitir para as pessoas água viva, vinda de fonte pura.
CURSO DE PREGAÇÃO TEMA 4 |
Hoje vamos ver um pouco mais sobre pregação.
Existem três modos de se preparar uma pregação:
Primeiro, preparar como um ensino, que é a pessoa colocar tudo no papel, até as vírgulas.
Geralmente a pessoa que inicia no ministério de pregação é insegura e
escreve tudo pensando que na hora vai conseguir ler, e ler não é pregação. Esta
não é uma maneira muito boa. Se você for ministro de ensino está ótimo. O
ministro de ensino usa o quadro, o pregador porém, é mais livre.
Segundo é a pessoa que não escreve nada, dizendo que na hora o Espírito
Santo inspira. É perigoso. Às vezes o Espírito Santo até quer inspirar, mas ele
não tem de onde tirar. A inspiração de Deus vem a partir do que ele construiu
na sua vida. Se você não tem um conteúdo básico você vai morrer pedindo ao
Espírito Santo, mas se você tem conteúdo ele vai lhe lembrar. Duas visões
erradas: primeiro é que eu vou copiar tudo para não esquecer. Geralmente é um
fracasso; cansa quem ouve e cansa quem prega. Segundo é o tipo carismático: na
hora Deus inspira, também é perigoso. O ideal é que você não seja tão livre
como aquele que na hora o Espírito inspira ou rígido como o que escreve tudo.
Terceiro, é o método ideal, você cria o que chamamos de esqueleto ou
esquema. O que faz o esqueleto? Sustenta sua pregação. Você prepara o
esqueleto, com uma introdução, uns temas básicos, como uma direção.
Exemplo: numa
pregação sobre Eucaristia podemos colocar como pontos básicos os itens:1) Sacramentos; 2) Instituição da eucaristia; 3) Eucaristia.
A partir dos itens eu posso colocar sub itens, por exemplo: visão de
Cristo sobre Eucaristia, Eucaristia na visão dos santos. A partir de um assunto
você pode abrir um leque. Porque de acordo com o local você coloca um assunto
para um lado ou para o outro, de acordo com o local você coloca uma ênfase para
um lado ou para o outro. Se você vai falar de pecado para uma pessoa que não
conhece a Deus é diferente de como você fala para um grupo de oração. Como eu
sei quais os itens a colocar no meu esqueleto? Você pode saber a partir de uma
análise.
Ao receber um convite para pregar, o pregador precisa analisar alguns
pontos básicos, e analisar se deve aceitar ou não o convite para pregar, da
seguinte forma:
1° - eu vou e
aceito imediatamente;
2°- eu vou olhar a agenda. É excelente para discernir se devo ir ou
não. Nós sentimos quando devemos ir. Nem todos os convites devem ser aceitos.
De maneira geral, se a pessoa não vai em 90% dos convites, então não é
pregador. Tem convites que são vozes humanas, outros é Deus que nos fala. O
pregador não é nada mais que um instrumento.
3°- dizer não, ou porque estou ocupado, ou por que você sente que não
deve ir. Mas você não diz assim.
Se aceitarmos o
convite, devemos fazer algumas perguntas. Quando será? Qual o horário? Quanto
tempo de duração?
Quando a pregação é ungida você fala e as pessoas não se cansam. A
média de uma pregação é 15 min., porém pode ser que você esteja pregando em um
grupo de oração de outra diocese e você foi convidado para pregar em um
seminário de vida ou outro tema, então você pode prepa-rar uma pregação de até
uns 40 min, afinal de contas você viajou para pregar naquele grupo de oração, e
as pessoas estão ali porque o pregador é de outra diocese, e sempre é uma
novidade, então é bom que ele possa conduzir o grupo de oração, e aproveitar o
Máximo de tempo possível, porque as pessoas sempre gostam quando aparecem
pregadores de outras localidades, lembre-se daquele ditado, santo de casa não
faz milagres. Qual o tipo de grupo, qual o tempo de caminha-da?
No tocante à abordagem: O que você quer que enfoque mais? Quais os
temas pregados anterior-mente? Quais as dificuldades do grupo? Tem músicos?
Vamos falar agora sobre a preparação do esqueleto básico. Primeiro você
deve escrever o que já leu sobre o assunto. Segundo, escrever o que o Espírito
Santo já lhe mostrou sobre o assunto. Terceiro, encontrar fontes fresquíssimas
sobre aquele assunto. Quarto, ver quem você pode con-sultar sobre o assunto? De
repente você tem um amigo para lhe dar uma dica.
Onde posso consultar? No Catecismo, algum livro, algum documento,
alguma fita sobre o assun-to. Por isso um pregador precisa ter fontes de
pesquisa. O pregador deve ter na sua casa uma biblioteca básica.
O Pregador tem que saber algumas passagens bíblicas de cor. Decorar
significa guardar no coração. Temos que saber passagens básicas, mas não como
os protestantes. Todo pregador tem que ter conhecimento bíblico. E como posso
ter esse conhecimento? Lendo a palavra. Quem prega tem que ler a Bíblia.
Estamos cumprindo um mandato. Se você só prega quando está com vontade, está
ruim. O desânimo atinge a nossa humanidade e nós não podemos permitir que ele
dê a palavra final na nossa vida. A nossa humanidade é ferida. Se você esperar
para pregar só quando estiver santo, não vai pregar nunca. Não rezamos quando
queremos, mas porque precisamos. Se faço só quando tenho vontade isto é
imaturidade. Cansado eu tenho que ir. Eu vou por causa do Senhor, para servir a
Deus. Para o trabalho nós vamos de qualquer jeito, pois precisamos. Para quem
prega pouco é uma alegria, mas para quem prega muito vira uma rotina.
Quando pregamos é importante guardar os esquemas para posteriormente
servirem como for-mações. Não como pregações porque cada uma é única. O que eu
já vivi é importante colocar no esboço. A coisa mais importante para preparar a
pregação é a oração. Orar para conseguir duas coisas: para escutar a Deus, o
que Ele quer, e para conseguir a unção. 1º. Para escutar Deus dizer: fale isso,
toque nisso. Porque Deus diz. 2°. Sem oração eu não tenho unção. Sem unção você
não toca o coração de ninguém. E a unção é uma graça sobrenatural. Você pode
ter uma técnica ótima de falar, mas se não tiver unção não adianta nada. A unção
só Deus dá. A unção é um selo divino e só Deus dá. Ninguém compra. É um selo
divino. Só Deus.
O que eu faço quando eu vou pregar? Pego um pedaço de papel e faço uma
tempestade de idéias. Escrevo tudo sobre aquele assunto; por exemplo, o tema
Maria: Maria intercessora, Maria mãe da Igreja, Dogmas da Igreja, resistência
dos protestantes à Maria, devoção Mariana, os santos e Maria. Vou colocando os
assuntos sem me preocupar com nada, é uma técnica muito valiosa, depois eu oro
e se durante a oração vem mais alguma coisa eu coloco naquele papel. Estou só
escutando, não estou preparando nada durante a oração, só estou escutando,
estou ouvindo.
Quando termino de orar e a oração é de no mínimo uma hora, vou preparar
a pregação. Você não vai preparar a pregação em dez minutos que não dá. E sua
oração pessoal? Se você não ora ou você é daquele que só ora quando prega, vai
ser um desastre. Você não tem como ficar grávido de conteúdo se reza só quando
prega. Eu devo rezar sempre, não só para pregar. Porque eu não rezo para usar
Deus, mas para me aproximar de Deus. Se só rezo quando preciso, isto é
manipu-lação, só rezo pelos meus interesses. Devo rezar porque eu amo. Mesmo
que eu não vá pregar. Quem só reza quando prega, não está preparado para ser
pregador.
Depois que eu faço esta tempestade de idéias, que eu escuto, terminei
de orar, pego outra folha em branco, recriado pela graça adquirida pela oração,
vou revendo dentro daqueles pontos o que se enquadra na pregação e aí faço o
esqueleto. 1- Maria nossa mãe, 2- Maria escolhida por Deus e não pelos homens,
3- Maria mãe da Igreja e de todos os crentes, 4- Maria, a imaculada concei-ção.
Quatro pontos. Depois posso colocar em cima de cada ponto sub-itens. 1º ponto:
1, 2, 3 – tudo extraído daquela tempestade. Pode aparecer uma coisa nova,
coloco lá. Depois que eu faço tudo isso está mais ou menos delineado, também na
minha cabeça o esquema.
Após o esquema pronto, posso até ler livros, posso até me encher mais
daquele conteúdo, porém não anoto mais nada, é somente para ter mais conteúdo.
Quando vou pregar sigo aquele esboço. E se na hora mudar tudo? Muda-se, se na
hora você sente vontade de mudar tudo, muda-se. O que adiantou tudo isso?
Adiantou porque este processo foi um processo onde Deus preparou tudo para você
ter condições de mudar, se você não preparou nada e o Senhor pediu para mudar,
como você vai mudar se não tem conteúdo?
Pregador tem que ter uma gordura. Uma gordura de conhecimento. Em cima
disso eu prego. Em cima desse esqueleto eu prego. O esqueleto pode ter quantos
ossos? Não encha de muitos ossos, não fica bem, geralmente você não prega tudo,
acaba o tempo. Porque você se encheu, você orou.
A melhor maneira de pregar é esta pregação esqueleto. Por que? Porque é
simples. Quando me dirijo para pregar vou lendo o esboço e vou colocando toda
pregação na minha cabeça. O que faz a pregação ter sentido não é eu cumprir a
minha meta, é os corações serem alimentados pela Palavra de Deus e aí entra a
fé. Durante a pregação você puxa para falar aquele assunto e Deus não quer. Não
fique brigando com Deus. Tem pregador que briga com Deus. Ele prepara a
prega-ção, começa a pregar e Deus começa a puxar para outro lado e então o
pregador começa a dizer: Deus com licença, eu rezei uma hora, li três livros, a
minha pregação está excelente, e fica puxando para o tema que ele preparou e
não dá certo. Por mais que você mude de repente você está falando daquele
assunto de novo. Aí vem à unção, vem a sensibilidade de perceber.
Às vezes a pessoa que convida não consegue traduzir a necessidade do
grupo. Devo respeitar quem me convida ou quem me inspira? Quem inspira. E se a
pessoa que me convidou ficou com raiva? Ela não vai ficar porque ela será a
primeira a dizer: é exatamente isso que nós precisa-vamos ouvir. Agora se ela
não confirmar, ninguém confirmar e se você disser que é inspiração, na
realidade é falta de preparação.
Alguns acham um certo charme dizer: olha, eu me preparei para a
pregação, mas na hora o Espírito Santo repousou sobre mim e me inspirou a falar
outro assunto, mas foi terrível. Quando terminou a pregação a vontade do pastor
era de sentar e chorar. Se for inspiração verdadeira você prega correto.
Atenção para dois erros: 1º - esperar aprovação e 2º - julgar a
pregação. Não espere elogios. Se vier bem, se não vier não tem problema. É Deus
quem defende sua causa, o mais importante é deixar-se ser conduzido pelo
Espírito Santo quando você está pregando, e não deixar de usar os temas
querigmáticos. Que Deus abençoe!
CURSO DE PREGAÇÃO TEMA 5 |
Vou trazer para vocês onde buscar a mensagem bíblica. Mas antes de
falarmos alguma coisa a respeito disto, devo dizer que, para o pregador, para
nós que queremos ser pregadores, a primeira coisa que é fundamental, essencial,
é buscar ter intimidade com o Senhor. Nenhum pregador que não tem intimidade
com o Senhor pode dar conta do seu recado. A vida de intimi-dade com Deus só se
realiza através da oração.
Oração é aquele momento de estar parado com Deus. De não falar muito,
mas simplesmente estar diante de Deus. E Ele vem em nosso socorro e nos
instrui, nos capacita, nos preenche e derrama o seu amor sobre nós, sobre os
nossos corações e ao mesmo tempo vai nos dando a capacidade de transmitir a
mensagem de Deus. Sem oração, infelizmente, isso não é possível. Aquele
pregador que diz: não, eu não preciso de muita oração, basta rezar o terço,
basta ir à missa, tudo bem, isto é válido e é importante, mas é fundamental
esta vida de intimidade com Deus, que somente a oração nos permite realizar. É
na oração que vamos tendo aquele auto conhecimento: quem nós somos, quem é
Deus. E vemos o grandíssimo abismo que há entre a nossa realidade, o nosso
nada, a nossa miséria, e a profunda misericórdia de Deus, que nenhuma palavra
humana pode descrever. Na oração experimentamos desta misericórdia e ela é tão
gran-de que permite que nós estejamos aqui falando para vocês, e vocês
escutando, porque viemos do pó e ao pó retornaremos.
É necessário, portanto, esta vida de intimidade com o Senhor, ir lá no
fundo do coração do Senhor e ficar ali, junto d’Ele, e a partir daí, a partir
da oração, o Senhor vai se revelando para nós, vai nos dando o gosto, o desejo
de buscá-Lo na Sua Palavra, que é o Logo de Deus. A Palavra de Deus, que é o
próprio Deus que se apresenta a nós, tanto no Antigo como no Novo Testamento. E
aí não é uma questão de adquirir uma cultura bíblica, porque você pode até
adquirir uma cultura bíblica, mas aqueles conhecimentos podem não passar pelo
coração.
Recordo-me que quando entrei na Renovação Carismática, eu tinha feito
um Seminário de Vida no Espírito Santo e tinha um irmãozinho nosso que conhecia
a Bíblia de trás para frente e de frente para trás, mas ele conhecia apenas
formalmente. Depois ele mesmo disse que só conhecia a bíblia como se conhece
uma loja, um magazine, conhece somente as vitrines que estão fora, mas não via
o interior, os produtos que são interessantes para adquirir. Então é necessário
não só conhecer a Palavra, mas conhecer no sentido oracional. É muito
importante o método da lectio divina porque o Senhor vai revelando para nós,
numa forma atualizada, aquilo que Ele disse há dois mil anos atrás, porque às
vezes as pessoas ficam pensando: “como eu vou pregar com uma parábola, uma
passagem da Bíblia se isto aconteceu há dois mil anos atrás?” Então o Senhor,
através do seu Espírito Santo, vai colocando no nosso coração o entendimento
daquilo que Ele está querendo nos dizer hoje, agora. Experiência com Deus
através da oração, intimidade com Deus, é o primeiro passo do pregador. Segundo
passo: conhecimento da Palavra, fazer a lectio, procurar entender o que o
Senhor quer dizer para nós hoje, e para os nossos irmãos, porque muitas vezes o
Senhor que dizer coisas para nós e para as pessoas de forma diferente.
ONDE BUSCAR A
MENSAGEM PARA A PREGAÇÃO
Onde buscar a mensagem bíblica? Logicamente na Bíblia, porque uma
pregação sem a Palavra de Deus fica uma pregação esvaziada. Temos que
considerar que, se não oramos, se não buscamos a Palavra, vamos ter muita
dificuldade de utilizarmos a própria Palavra de Deus como instrumen-to de
evangelização. É preciso conhecermos a Palavra de Deus para vermos a sua
riqueza, o manancial inesgotável que é a Palavra de Deus. Tendo em vista esta
riqueza inesgotável, deve-mos aproveitar o máximo que Ela contém, para podermos
ser efetivamente instrumentos de Deus nas nossas pregações. Vamos enumerar dez
situações que nós podemos aproveitar, dentro da Palavra de Deus, para anunciar
Jesus.
AS PARÁBOLAS. Jesus gostava muito de pregar com parábolas. O que são
parábolas? São comparações, pequenas histórias. A gente tem que ver que uma
parábola, essas histórias que eram contadas por Jesus, eram coisas que
aconteceram na época d’Ele e eram utilizadas expres-sões e situações muito
comuns naquele tempo. Ele falava muito em terra, em vinha, reino, semente,
agricultura, pescaria, peixe, que tornavam agradáveis aquilo que estava sendo
contado e as pessoas começavam a se interessar, só que dentro daquela história
tinha uma mensagem de Deus. Deus estava realmente expressando uma mensagem que
tinha utilidade prática, concreta, de salvação para as pessoas que escutavam.
Vamos nos lembrar daquela parábola da samarita-na. Os samaritanos tinham uma
separação muito grande com os judeus, mesmo assim Jesus foi de encontro a uma
samaritana. Jesus aproveitava muito as situações comuns, e é isto que nós
devemos sempre fazer, utilizar coisas comuns, simples, que as pessoas entendam.
Geralmente, quando há uma pequena história, um testemunho, as pessoas prestam
atenção. E como é válido o testemunho. Se você está relatando uma parábola,
atualize-a, porque prende a atenção e a transmissão da Palavra vai ocorrer,
gerando frutos e frutos de vida eterna nas pessoas. Então não temam as
parábolas, pelo contrário, procurem orar com elas, retirar os seus
ensinamentos.
OS MILAGRES. Precisamos conhecer mais os milagres de Jesus, porque
sabemos que o dom de milagres todos recebemos no nosso batismo. Precisamos
anunciar os milagres protagonizados por Jesus para que as pessoas percebam que
Deus age e age poderosamente. Vamos citar alguns milagres: cego de Jericó,
Bodas de Caná, hemorroíssa, o filho da viúva de Naim, Lázaro etc... Conhecendo
mais sobre os milagres do Senhor nós podemos aplicá-los. Como exemplo as bodas
de Caná, que pode ser utilizado em várias situações. Se você está pregando para
famílias, para casais, poderá ser aplicado dizendo que, no matrimônio, deve
existir a unidade e Deus deve ser o centro da vida conjugal, e quanto mais
daquela água for bebida, mais o vinho será saboroso. Então você procura
utilizar-se deste milagre atualizando uma situação concreta vivida hoje.
OS PERSONAGENS. Quantas riquezas os personagens bíblicos tem, por
exemplo, Maria. Você pode pregar o ano inteiro sobre Maria e não se repetir.
Sobre João, o discípulo amado, sobre Pedro. Quando a gente quer mostrar uma
pessoa de cabeça dura e que essa pessoa é tocada por Deus, é transformada,
colocamos Pedro que, de repente, chegou à condição de Papa. Um outro personagem
que está na Palavra, o Rei Davi. Como ele foi obediente à Palavra de Deus, mas
ao mesmo tempo foi profundamente pecador. Atualizando para nossa vida hoje
podemos falar do arrependimento pelo pecado.
AS GUERRAS. Guerras, lutas, são retratadas principalmente no Antigo
Testamento. Quantas vezes encontramos no Antigo Testamento pessoas duvidando do
Poder de Deus, pessoas que possuem pequeno exército tendo que enfrentar
poderosos exércitos. E aí vem Deus e realiza o prodígio. Então você coloca na
sua vida, aonde temos verdadeiras guerras, temos de enfrentar o desemprego, a
falta de saúde, a incompreensão, a calúnia, a injúria, quantas vezes somos
perse-guidos.
AS PERGUNTAS. Vou citar algumas: “Adão, onde estás?” Quem perguntou
isto foi o próprio Deus. Ele estava escondido porque fez o que não devia. Numa
pregação podemos perguntar “e hoje, onde estamos?” Nos escondendo do Senhor
pelo peso de nossas culpas, como Adão, ou vamos nos apresentar diante do Senhor
e usufruir de Sua misericórdia?
OS DIÁLOGOS. Por exemplo, o diálogo entre Deus e Moisés, entre Maria e
Isabel, entre Pedro e Jesus, entre Jó e seus amigos que o queriam fazer
desistir, são tantos os diálogos.
AS ORAÇÕES. Quantas orações belíssimas encontramos na Bíblia, os
salmos, o magnificat. Pode-mos fazer uma pregação baseada em um salmo, é uma
riqueza que não tem limites.
AS FESTAS. Como as bodas de Caná. É marcante os momentos festivos em
que a ação de Deus está presente.
OS LUGARES. Rios, o lago Genesaré, o templo, o monte Tabor, o calvário.
Podemos mostrar que há instantes em que estamos no monte Tabor e há momentos em
que vamos para o calvário, mas se buscarmos o Cristo Jesus ressuscitaremos com
Ele no final.
OS OBJETOS. Como as talhas das bodas de Caná, é necessário que elas
estejam vazias para serem preenchidas. Outro objeto a própria cruz, que é um
lugar de contradição. O barco, as redes, etc...
CURSO DE PREGAÇÃO TEMA 6 |
Nós vamos ver hoje como pregar a mensagem, e eu destaquei algumas
coisas muito importantes.
A pregação é um instrumento natural que Deus escolheu para que a mensagem chegue aos demais.
Nosso ministério tem uma força de uma explosão, porque Deus vai se utilizar de homens para salvar homens. Você é esse instrumento que Deus quis utilizar, talvez não muito porque achamos que não somos capazes.
A pregação é um instrumento natural que Deus escolheu para que a mensagem chegue aos demais.
Nosso ministério tem uma força de uma explosão, porque Deus vai se utilizar de homens para salvar homens. Você é esse instrumento que Deus quis utilizar, talvez não muito porque achamos que não somos capazes.
Nós somos os piores instrumentos que Deus poderia utilizar, mas bendito
seja Deus que quis se utilizar de nós, mesmo frágeis, cheios de limitações, mas
é a nós que ele envia seu Espírito Santo.
A nossa pregação é como a água das bodas de Canaã. Deus transforma.
A nossa pregação é como a água das bodas de Canaã. Deus transforma.
Nós vamos ensinar como pregar. Devemos nos preparar, ler muito e orar
bastante, principal-mente. Mas uma coisa eu tenho que entender: quem vai fazer
acontecer o vinho novo é o Espírito Santo. Por isso que o pregador não deve ser
preso ao papel. Normalmente, nós da pregação, não temos o cuidado de ordenar as
coisas, criar fichinhas das pregações, etc, porque não é uma característica
nossa. Até mesmo porque o Espírito é dinâmico, até mesmo porque a gente coloca
coisas no papel e de repente Deus muda tudo. Nós temos que nos abrir, por isso
é que é importante a oração e o estudo da Palavra. Não existe pregar sem estudo
da Palavra e sem oração. Se você está aqui e não comeu inúmeros livros, você
não passou noites e noites rezando, irmão vou dizer pra você, fica complicado.
Nós vimos na pregação anterior que Deus vai se utilizar daquilo que já
existe. E o que é se utilizar daquilo que já existe? Deus vai se utilizar da
minha memória, daquilo que eu já tenha visto ou ouvido.
O pregador é um embaixador. Você sabe o que é um embaixador? Ele
representa um país em outro país. Ele é a voz daquele país. Então cada um de
nós somos embaixadores de Cristo, sabendo que a mensagem não é nossa, a
mensagem é do Senhor. Mas o Senhor quer se utilizar de nós, então olhem a nossa
importância, somos embaixadores, já imaginou isso. Nós somos importantes para o
reino de Deus, para a obra.
Deve-se pedir um pregador com antecedência. Isso é muito importante. O
que quero dizer é que vai ter momentos que Deus vai dizer assim: vá pregar
amanhã. E nós não teremos muitas vezes tempo para se preparar. Vou deixar de
pregar porque não preparei? Eu vou deixar de ir? Não. Porque quem vai falar
através de mim é o Espírito Santo. Por isso deve estar sempre estudando e
orando para não ser pego de surpresa. Por isso a importância da oração. A
oração tem o poder de fazer com que nossa alma se abra à vontade de Deus.
Outra coisa, o Espírito Santo vai recordar e unir o que já existe.
Então se no meu coração eu não alimento a minha vida de oração, eu não alimento
o estudo bíblico, como o Espírito Santo vai unir? Como o Espírito Santo vai
recordar o que não existe? Isso é impossível.
Quando nós vamos pregar, nós temos que entender que, primeiro, nós
estamos indo porque Deus nos enviou. Por isso que eu acho importante os
pregadores só irem pregar com envio de sua comunidade. Nós podemos achar que
isso é uma coisa banal, mas isso tem poder na pregação. Vocês não sabem, mas
existe uma diferença enorme daquele que foi enviado pelo Ministério e daquele
que foi chamado a pregar e não passou pelo Ministério. Primeiro pela unção, se
eu sou enviado, Deus me dá a unção. E quando eu vou sem ser enviado, muitas
coisas são forçadas, não porque Deus não quer falar, mas porque temos que
entender que nós somos uma corrente, que somos ligados uns nos outros e
dependentes da nossa autoridade. Tudo isso tem que haver. É a unção do Senhor.
Quando eu sou enviado Deus vai comigo. Quando eu sou envia-do a comunidade vai
comigo, isso é muito importante, Quando vamos pregar, vamos dar uma mensagem do
Senhor, por isso é muito importante nós termos dentro do nosso coração, que nós
devemos estar constantemente renovando o nosso amor a Deus. E aí eu poderia
perguntar para vocês: Como está a sua vida de oração? Achamos que a intensidade
de nossa pregação está na leitura, na nossa dicção, no nosso aperfeiçoamento,
nas nossas técnicas, tudo isso é muito importante, mas se perdem quando não
temos oração. O termômetro que mede a nossa pregação é a unção que o Senhor nos
concedeu, não é o falar bonito, não é saber a Palavra de Deus decorada, não é
passar para as pessoas que você é inteligente, o importante não é isso. O
importante é fazer com que as pessoas saiam da sua pregação cheias de Deus.
Entendendo que, o que elas precisam, é mudar alguma coisa. Esse é o termômetro
que vai dizer realmente se sua pregação deu frutos ou não.
Outra coisa, os frutos não são imediatos, nós só vamos vê-los tempos
depois. Outra coisa muito interessante é que nós como pregadores devemos ter
dentro do nosso coração, unida a nós, 24 horas por dia, a pregação que o Senhor
nos mandou fazer. Nós temos algumas coisas importan-tes que devemos ver, e eu
gostaria de terminar este primeiro momento dizendo que tudo que nós ouvimos
serão subsídios para o tema que vamos pregar. Por isso que o pregador tem que
ser atento ao momento atual, atento às circunstâncias que o mundo está vivendo.
Isso vocês já viram na pregação anterior, por isso não devemos só estudar
livros, a doutrina, mas também ler jornais, ler revistas, se atualizar, ver o
que está acontecendo no mundo, os fatos que o mundo hoje apresenta.
Vamos começar falando no primeiro item: Apresentação Física: ela tem um
papel muito impor-tante na nossa pregação. A primeira impressão é a que fica.
Já imaginou se eu fosse pregar de chinelo, com a blusa rasgada, com o sapato
furado. Vocês já iam dizer assim: é esse aí que vai falar para nós? A nossa
apresentação física tem um papel importantíssimo. Se você vai mal arrumado,
todo desleixado, as pessoas que vão escutar sua pregação vão começar a duvidar
se você tem alguma coisa importante para dizer a elas. Roupa limpa, camisa
engomada, sapato limpo, cabelos penteados, as mulheres de batom, com
sobriedade. Você tem que usar os artifícios que Deus te deu. Já imaginou a
mulher ir pregar com o cabelo despenteado, os olhos roxos, banguela. A
apresentação física, a higiene corporal, não devem ser colocadas de lado. Quem
veio para a pregação vem com o intuito de escutar o que você diz, mas também
com o intuito de conhecer o pregador.
A Reconciliação com Deus: Essa parte é importantíssima. Antes de toda
pregação devemos reconhecer que somos pecadores, porém que Deus vai se utilizar
de nós. Não deixe o inimigo acusar você. Como é isso? É você está pregando e
ele passando na sua cara: tu não vives isso, como é que tu estás pregando isso,
tu não tens autoridade para pregar isso. Por isso nós devemos nos reconciliar
com Deus. É importante a confissão antes da pregação, principalmente se você
vai a uma missão no final de semana. Vá atrás do sacerdote, para que Deus possa
se utilizar muito de você.
O Tempo: devo chegar 30 minutos antes. Isso demonstra da parte do
pregador que ele tem interesse pelo público para o qual foi chamado a pregar.
Chegar em cima da hora, todo esbafo-rido, correndo, cansado é um fator
negativo. Deve-se chegar antes para dar tempo de rezar, para pedir ao Senhor,
para ficar a sós com Deus, mergulhando naquilo que o Senhor quer dizer através
de você. Nós rezamos em casa, mas, minutos antes da pregação, Deus nos diz
coisas novas, diferentes. Outra coisa, a sua pregação não tem mais unção ou
menos unção se ela tem mais tempo ou menos tempo. Você pode pregar em 3 minutos
como fez S. Pedro e converter milhões e eu posso pregar 2 horas e não converter
nem a formiga que passa. A quantidade de tempo não é garantia de qualidade na
pregação, mas sim a unção que Deus me deu. O impor-tante não é a quantidade de
tempo para pregar, mas é eu estar fazendo a vontade de Deus.
Tomar a autoridade em nome de Jesus: A primeira coisa que devemos fazer
é se apossar da autoridade em nome de Jesus. Eu não estou dizendo que você
pegue o microfone e estabeleça autoridade. É você, no momento de oração,
estabelecer que Deus assuma o lugar que lhe é devido e que se utilize de você
para o que Ele quiser.
Olhar para as pessoas: no sentido de trás para frente. Tenha o cuidado
de fitar o olhar delas, para que elas percebam que você veio trazer uma boa
notícia para elas. Então se eu olho para o chão, para as telhas, eu não estou
dando às pessoas a devida atenção. O importante é olhar para ela para que ela
se sinta importante, para ela sentir que naquele momento ela é única. Você pode
estar num auditório com 20 mil pessoas, como estar num auditório só com quinze
pessoas, mas ao olhar seu público de trás para frente, eles terão a impressão
de estar olhando para si. É importante também fazer com que todas as pessoas
lhe vejam, se coloque num ângulo que todos possam vê-lo.
Os olhos são a janela da alma, então os nossos olhos devem circular
toda a assembléia. Os olhos não podem fitar apenas uma pessoa, devem fitar
todos para que sintam que você veio falar para eles. O olhar deve ser
penetrante, como o olhar de Jesus, ele deve passar a paz. Olhar, olhar bem cada pessoa, sorrir. Antes de iniciar a
pregação o orador atrai a atenção olhando a todos, em silêncio. Olhe para o
local todo, olhe para as pessoas, fite os olhos nelas, e quando você faz isso
elas sentem que Deus olha para elas, que é o mais importante.
A voz: é muito importante na pregação. Vocês não imaginam o sufoco do
gago, o sufoco daquele que fala bem baixinho, ou daquele que berra demais. Por
isso é preciso impostar sua voz. O que é impostar a voz? Não é berrar, não é
gritar. Se eu começo gritando as pessoas começam a achar incomodo. As vozes
mansas atraem muito mais, por isso peçamos a Deus a voz mansa. Não estou
dizendo aquela voz fraquinha. Há ocasiões em que as vozes suaves trazem mais
impacto do que as vozes muito estridentes. Por isso que o pregador tem que
saber utilizar a voz, ora ele aumenta, ora ele baixa, ora ele frisa alguma
palavra. É como um livro, aonde você vai lendo um texto, de repente existem
palavras em negrito, outras sublinhadas, outras maiúsculas, outras minúsculas.
Assim também deve ser a nossa tonalidade de voz. Detalhe importante é falar
para o último sentado do local. Ele deve escutar você tão bem quanto o primeiro
da frente. A pessoa de trás também tem que escutar. Jesus usava sua voz muito
bem. Ele se colocava no cume da montanha, em sentido contrário ao vento para
que, quando falasse, sua voz fosse expandida. E nós sabemos que, naquela época,
não existia amplificador, não existia som, simplesmente Ele pregava com a voz,
e as pessoas o conheciam e o amavam, enquanto nós ficamos neuróticos quando não
temos microfones, porque não aprendemos a usar o fôlego que está dentro de
nossos pulmões.
Existem alguns cuidados que nós devemos ter com nossa voz. A voz
modelada demais, assole-trada, é muito fatigante. Muito ruim também é a voz
tímida, voz chiada, voz barulhenta, voz que não tem uma dicção muito boa. Na
região nordeste, é pronunciado o “é” . No sul o problema já é o “r”. Devemos
ter cuidado principalmente com as vogais. Precisamos saber utilizar essas
vogais. Nós omitimos muito as letras e cometemos vícios de linguagem, como o
“né”. As vezes existem pessoas na assembléia que ficam contando quantos “nés”
nós dizemos.
Outra coisa importante, você já escutou sua voz no microfone. Grave a
sua voz e depois escute para ouvir como você falou. Eu já fiz esta experiência
e puder aprender muito. Aprendi a corrigir erros de linguagem, pude corrigir
também meu timbre de voz. Cuidado com a voz arrastada, o público não gosta. Seu
potencial de voz vem dos seus pulmões, não vem do seu estômago. Utilizar a
respiração é muito importante.
O Rosto: é preciso suavizar os músculos da face. O rosto enrijecido
demonstra tensão, cansaço. O rosto não é só o rosto. O rosto é a boca, os
ouvidos, os dentes, a barba, por isso os homens devem estar com a barba bem
feita.
As Mãos: devemos orar muito e pedir sabedoria a Deus para sabermos
utilizá-las, pois é algo que destrói toda uma pregação. Seus movimentos devem
estar de acordo com o que você está pregando. É bom estarmos com as mãos livres
para gesticularmos. Porém sem exagero. As suas mãos devem passar unção para as
pessoas, devem falar que elas podem confiar em você, tudo isso as mãos fazem.
Veja como elas são importantes.
É bom termos um ambão disponível para colocarmos a Bíblia e as
anotações. Também não devemos ficar bitolados atrás do ambão. O ambão não deve
ser muito alto ao ponto de nos esconder do público, nem muito baixo ao ponto de
termos que nos inclinar. Ele deve ser numa altura que você possa utilizá-lo
bem.
Outra coisa importante é o seu corpo. O corpo também prega. O pregador
não pode ficar preso, num lugar, fixo. Porém, cuidado com a utilização de seu
corpo. Você não pode se movimentar demais para não deixar inquieta a
assembléia, nem ficar parado demais, pois isto cansa o público. Deve se
movimentar com harmonia. Olhar, parar, se movimentar, vê as pessoas, o corpo
também fala. Você não deve coçar-se, se escorar na parede, sentar-se. Somente
em alguns casos podemos sentar: se a assembléia é muito íntima podemos sentar e
partilharmos juntos. Jesus quando falava aos discípulos se sentava e
ensinava-os. Porém, quando falava às multidões, ficava de pé. Não devemos
também fumar, mascar chicletes. Não meter o dedo na boca. Se fazemos isso em
casa podemos, por descuido, fazer na pregação também. Todo o meu corpo é um
mensageiro da paz, todo o meu ser é um mensageiro da paz.
Ter cuidado com os pés para não se enganchar nos fios do microfone. Se
estiver de chinelo, as unhas devem estar aparadas.
Não devemos imitar ninguém, cada pessoa tem sua característica própria.
Eu jamais vou ser igual ao Pe. Léo, jamais vou ser igual a Pe Jonas ou igual ao
Pe. Jose Augusto. Por que cada um de nós é um ser criado exclusivamente por
Deus, à Sua imagem e semelhança. Eu tenho a minha forma de pregar, eles têm a
deles. O único que devemos imitar é Jesus Cristo.
Tem uma sabedoria também para se usar o microfone. Enganchá-lo no cós
da calça ou puxar um pouco o fio e segurá-lo, se deixar ele esticado você pode
se atrapalhar com ele e cair. Os microfones sem fio ou de lapela. Se você está
com microfone de lapela tem que ter cuidado com todo som que sai da boca, até o
bater dos dentes causa um barulho estranho. Por isso deve chegar cedo para
verificar qual o instrumento que vão lhe dar e corrigir detalhes, como o grave
e o agudo da voz. A respiração é muito importante. Como você está respirando
quando prega? Respire mais pelo nariz do que pela boca, porque a boca não foi
feita para respirar.
O tempo da pregação é o maior drama dos pregadores. Se alguém lhe deu
30 minutos para pregar faça a pregação em 30 minutos. Porque quando é dado o
tempo também é dada a unção para aquele tempo e se você passa perde a unção. E
aí a assembléia começa a ficar agitada. A primeira coisa a esse respeito que
devemos fazer é evitar falar o desnecessário. Quando isto não acontece todo
mundo começa a olhar para o relógio, torcendo para a pregação acabar logo. Pode
terminar porque você está falando na carne, sem a unção do espírito. Nós temos
que ter essa sensibilidade.
Depois da pregação o que devemos fazer? A avaliação. Devemos sempre nos avaliar ou deixar outras pessoas nos avaliarem. Muitos de nós não gostamos, mas ela é essencial para quem quer sem um bom pregador. Quando você for pregar num grupo ao terminar peça ao pastor para fazer a avaliação e mandá-la para o Ministério. Ela nos leva a uma correção dos erros. Toda pregação tem seus pontos positivos e os que precisam melhorar. Talvez você não tenha sido bem explicito, falou sem convencimento. Devemos acolher as sugestões que nos são dadas para melhorarmos nossas pregações com muita humildade. Às vezes uma pessoa que não damos nenhum valor nos levar a refletir sobre algo que não ficou muito bom. Podemos também fazer um gráfico de interesses e ver toda estrutura da pregação que é introdução, ambientação, leitura bíblica, aplicação, oração, etc.
Depois da pregação o que devemos fazer? A avaliação. Devemos sempre nos avaliar ou deixar outras pessoas nos avaliarem. Muitos de nós não gostamos, mas ela é essencial para quem quer sem um bom pregador. Quando você for pregar num grupo ao terminar peça ao pastor para fazer a avaliação e mandá-la para o Ministério. Ela nos leva a uma correção dos erros. Toda pregação tem seus pontos positivos e os que precisam melhorar. Talvez você não tenha sido bem explicito, falou sem convencimento. Devemos acolher as sugestões que nos são dadas para melhorarmos nossas pregações com muita humildade. Às vezes uma pessoa que não damos nenhum valor nos levar a refletir sobre algo que não ficou muito bom. Podemos também fazer um gráfico de interesses e ver toda estrutura da pregação que é introdução, ambientação, leitura bíblica, aplicação, oração, etc.
Não devemos esquecer de uma coisa: a nossa confiança está no Senhor.
Ele se aproveita de tudo na nossa pregação. Conto um exemplo muito
interessante: um pregador muito eloqüente terminou sua pregação, foi para a
sacristia, chegou uma velhinha olhou para ele e disse: de hoje em diante irei
me converter! O pregador perguntou o que ele tinha falado que a levou a se
converter. Ela disse: Não, não foi nada que o senhor disse, foi quando o senhor
assuou o nariz no microfone. Eu ouvi como se fossem os anjos tocando as
trombetas no céu, me chamando!
Outra coisa, quando fazemos uma pregação toda arrumadinha, bonitinha, e não deixamos Deus mexer, esta é a pior pregação. Quando deixamos Deus mexer, mudar, então é a melhor pregação. Eu não estou dizendo que não é para gente fazer o esquema, que não é para se preparar, que não é para rezar. Devemos fazer tudo isso, porém sem nos tornarmos donos da pregação, pois ela pertence a Deus.
Outra coisa, quando fazemos uma pregação toda arrumadinha, bonitinha, e não deixamos Deus mexer, esta é a pior pregação. Quando deixamos Deus mexer, mudar, então é a melhor pregação. Eu não estou dizendo que não é para gente fazer o esquema, que não é para se preparar, que não é para rezar. Devemos fazer tudo isso, porém sem nos tornarmos donos da pregação, pois ela pertence a Deus.
Por fim, nós somos pregadores da RCC, mas não devemos querer que todas
as pessoas para as quais pregamos venham para a RCC. Se alguém, depois da sua
pregação, se sentir atraído pelo nosso carisma, converse com ela à parte e
explique como é nosso movimento e como fazer para entrar em contato conosco.
Lembre-se, você está pregando uma mensagem e não uma instituição. Você não está
pregando a RCC, estrutura física, está pregando a RCC do Pai.
CURSO DE PREGAÇÃO TEMA 7 |
Todo pregador necessita de certas ferramentas e técnicas especiais, e
ao mesmo tempo cada um tem a sua forma própria, sua técnica. A nossa técnica
nós aprendemos e vamos exercendo da nossa maneira. Os irmãos devem ser a
motivação para o início da nossa vida de pregação.
Para um pregador não basta somente um microfone na mão. Ele deve estar
aberto à ação do Espírito Santo. Devemos usar de amor, de misericórdia. Quando
estamos abertos Deus nos dá a graça e o Espírito age e se utiliza de nós. Na
minha pregação entra o meu temperamento, a minha personalidade, todo o meu ser,
as minhas experiências, pois sou eu que estou pregando.
O pregador precisa ter o hábito do estudo, porque ele não vai enrolar ninguém. Deve fazer uso da técnica de semântica, que consiste em conhecer o significado de cada palavra. Quando isto acontece ele encontra tesouros maravilhosos. Não pode esquecer que como pregador deve ter discernimento. Se vou pregar para pessoas simples devo usar um vocabulário simples, ou então eu posso barrar a obra que Deus tem a fazer no coração delas. Devemos ter um coração voltado para a necessidade do irmão.
O pregador precisa ter o hábito do estudo, porque ele não vai enrolar ninguém. Deve fazer uso da técnica de semântica, que consiste em conhecer o significado de cada palavra. Quando isto acontece ele encontra tesouros maravilhosos. Não pode esquecer que como pregador deve ter discernimento. Se vou pregar para pessoas simples devo usar um vocabulário simples, ou então eu posso barrar a obra que Deus tem a fazer no coração delas. Devemos ter um coração voltado para a necessidade do irmão.
O pregador necessita ter o conhecimento da Palavra, para poder ouvir a
voz de Deus para determinado povo. A sinceridade deve fazer parte de seu
currículo, pois reflete a sua verdade para com Deus e para com aqueles a quem
ele prega. Deve usar muitas vezes a técnica da superação, para mostrar que o
cansaço e a doença não devem impedi-lo de pregar. A formação e a maturidade
humanas na vida do pregador acontecem mais rapidamente do que na vida de outras
pessoas, porque Deus mesmo vai moldando-o, formando-o como Ele quer para assim
se utilizar dele.
É necessário que o pregador esteja sempre atualizado, não podendo ser
aculturado. Deve buscar sempre a unção, ter vida de oração, estudo bíblico, mas
a formação que supera qualquer livro é o reflexo da sua vida.
CURSO DE PREGAÇÃO TEMA 8 |
Quando eu rezava hoje por esta pregação, Deus me mostrou muito claro
qual é o tempo Dele hoje para o ministério e que hoje fosse dito aqui para a
gente se apossar da graça, porque a graça está sendo derramada e se a gente não
abrir o coração e não ter assim uma idéia do que é a graça corremos o risco de
deixá-la escorregar pelas nossas mãos. E Deus me dizia que este curso gira em
torno de dois pilares basicamente. Primeiro, a pessoa do pregador e segundo, a
mensagem e a pregação. Vamos já aprofundar os dois temas. Mas este curso foi
querido por Deus, pensado por Deus, desejado por Deus, para nós aprofundarmos
estes dois temas. E se a gente for ver como é que estão se dando as formações,
nós vamos perceber como Deus está sendo fiel nesse tempo e nessa condução.
Primeira coisa: Deus está chamando os pregadores. Segunda coisa: Deus está nos
ensinando a mensagem. O primeiro pilar deste curso e deste tem-po de Deus é o
pregador. A primeira coisa, se vocês lembram do que foi o nosso retiro, qual
era aquela passagem que Deus nos dava de Isaías. Deus dizia: “Vocês são cepas
escolhidas, vocês são profundamente amados por Deus”. Quem é que Deus estava
chamando? Era o pregador. Deus nos estava dando a graça de reconhecermos que
somos eleitos, a graça de reconhecermos que nós somos vocacionados e que isso
quem faz é Deus.
Esse primeiro pilar é pura iniciativa de Deus. Eu vou ver se eu consigo
me explicar melhor para poder passar o que Deus me diz. O primeiro pilar desse
tempo e do curso é pura iniciativa de Deus. É Deus quem chama o pregador, é
Deus quem dá a unção, é Deus quem dá o chamado. A iniciativa é pura e exclusiva
de Deus. Deu para entender? E aí nós vimos na 1ª pregação, quando falamos o que
é o chamado, o que é a eleição, o que Deus já tinha falado no nosso retiro.
Somos cepas escolhidas, somos amados por Deus. E nessa dimensão desse primeiro
pilar, Deus nos dá ainda dois pontos. Primeiro, é Isaías 5 e o segundo é
Romanos 10, 10-15. Em Romanos São Paulo nos fala: “É crendo de coração que se
obtém a justiça e é professando com palavras que se obtém a salvação. A
escritura diz: Todo o que nele crer não será confundido (Is 28,16). Pois não há
distinção entre judeu e grego, porque todos têm um mesmo Senhor, rico para com
todos os que o invocam, porque todo aquele que invocar o nome do senhor será
salvo(Jl 3,5). Porém, como invocarão aquele em quem não têm fé? E como crerão
naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão falar, se não houver quem
pregue? E como pregarão, se não forem enviados, como está escrito: Quão
formosos são os pés daqueles que anunciam as boas novas (Is 52,7).” Então a
primeira dimensão que o ministério está vivendo e que Deus está nos formando é
essa dimensão da pessoa do pregador, da eleição que Deus fez, revelada lá em
“Isaías 5” e dessa de “Romanos 10”, que Deus nos envia. Deus forma o pregador,
Deus chama o pregador, Deus dá a graça, Deus dá a unção. Nessa primeira
dimensão a iniciativa é só de Deus. É Deus quem faz, é Deus quem dá a unção, é
Deus quem chama, é Deus quem escolhe, a eleição parte de Deus.
Deu para entender que essa primeira dimensão que se divide em duas? Primeiro “Isaías 5”, a dimensão da escolha, e depois em Romanos, a dimensão do envio. “Como crerão se não tem quem pregue?” É isto que Deus nos fala hoje como ministério. E a segunda dimensão, o segundo pilar é a mensagem, a pregação. E nesse pilar, também Deus faz. Mas nesse pilar da mensagem, de montar a pregação, de nos deixar formar por Deus, aí entra a nossa parte. Na primeira parte a iniciativa é pura e exclusiva de Deus. Na segunda parte, entra a nossa contribuição, de nos deixar formar, de aprender como é que se organiza uma pregação, de saber quais são as fontes da pregação, os caminhos, as vias, aí entra a nossa contribuição.
Deu para entender que essa primeira dimensão que se divide em duas? Primeiro “Isaías 5”, a dimensão da escolha, e depois em Romanos, a dimensão do envio. “Como crerão se não tem quem pregue?” É isto que Deus nos fala hoje como ministério. E a segunda dimensão, o segundo pilar é a mensagem, a pregação. E nesse pilar, também Deus faz. Mas nesse pilar da mensagem, de montar a pregação, de nos deixar formar por Deus, aí entra a nossa parte. Na primeira parte a iniciativa é pura e exclusiva de Deus. Na segunda parte, entra a nossa contribuição, de nos deixar formar, de aprender como é que se organiza uma pregação, de saber quais são as fontes da pregação, os caminhos, as vias, aí entra a nossa contribuição.
Então são dois pilares. Deus sozinho no primeiro pilar, e no segundo
Deus e nós respondendo ao amor de Deus. E se a gente for ver como é que está
sendo o caminhar deste curso, nós vamos perceber como tem uma seqüência lógica.
As pregações estão sendo mais livres. O pregador fala aquilo que Deus inspira
passando a sua experiência. Mas se nós formos ver as outras pregações, por
exemplo, a pregação sobre as vias, os caminhos que Deus dá. A via cosmológica,
a via antropológica, a via de revelação, a via do magistério da Igreja. E se a
gente for ver o que é uma via? É um caminho, é uma inspiração que Deus nos dá
de como eu devo pregar. E se a gente olhar a pregação de Jesus, Ele usava a via
cosmológica o tempo todo. A vinha, o homem que foi trabalhar nela. Então Jesus
usava a via cosmológica o tempo todo e a via antropológica também. Falava sobre
o homem que devia a outro, uma festa de casamento. E nós pregadores precisamos
aprender que se Jesus pregava desta forma nós devemos pregar por esta via. A
pregação foi sobre “Onde buscar a mensagem bíblica”. Vamos ver como tem uma
lógica. Primeiro Deus vai me dizer qual é a via, qual é o caminho que eu devo
pegar, que eu devo me inspirar, se num evento da natureza, num fato social. Por
exemplo, vocês acompanharam na televisão aquele caso em São Paulo em que a moça
e o namorado mataram os pais dela. Já imaginou? A gente pode partir desse fato
social para pregar o que é o amor verdadeiro. Então tudo isso são caminhos, são
ferramentas que o Senhor em sua bondade nos dá.
Deus já nos deu a fonte: a Bíblia. Deus já nos deu uma parábola, Deus
já nos deu uma pessoa, Deus já nos deu um lugar, Deus já nos deu uma oração pra
gente pegar tendo como fonte aquela passagem. E aí como é que eu vou enriquecer
esta mensagem? O autor do livro nos dá vários caminhos. A primeira coisa, por
exemplo, eu pego uma passagem bíblica e eu posso aprofundar aquela passagem,
procurando conhecer o significado das palavras. E aprofundando, Deus vai me
dando revelações e mais revelações e a partir do significado das palavras eu
vou enriquecendo a pregação.
Porque a meu ver na verdade a pregação é uma oração que transborda. E nesses caminhos que Deus nos mostra, Ele nos dá também muita riqueza espiritual para nossa oração. Então se a gente puder se esforçar para procurar o que significam as palavras, o sentido semântico, sentido no hebraico, o que significa por exemplo “a tarde daquele dia para os judeus”, que é começar de novo, que é o início da criação também. A outra via que nos é dada é a via de antônimos. O antônimo é saber o contrário da palavra. Os antônimos vão nos levando a tomar uma posição. Ou eu fico de um lado ou eu fico de outro. Jesus também usou muito a técnica dos antônimos. A outra técnica é a de fazer perguntas. Para uma pregação querigmática, essa maneira é funda-mental, porque mesmo que a pessoa não responda com suas palavras, ela dá uma resposta interior. Para uma pregação catequética ela não funciona muito, mas para o querígma ela é indispensável. A gente vai fazendo perguntas, envolvendo as pessoas e levando-as a dar uma resposta, a se questionarem.
Porque a meu ver na verdade a pregação é uma oração que transborda. E nesses caminhos que Deus nos mostra, Ele nos dá também muita riqueza espiritual para nossa oração. Então se a gente puder se esforçar para procurar o que significam as palavras, o sentido semântico, sentido no hebraico, o que significa por exemplo “a tarde daquele dia para os judeus”, que é começar de novo, que é o início da criação também. A outra via que nos é dada é a via de antônimos. O antônimo é saber o contrário da palavra. Os antônimos vão nos levando a tomar uma posição. Ou eu fico de um lado ou eu fico de outro. Jesus também usou muito a técnica dos antônimos. A outra técnica é a de fazer perguntas. Para uma pregação querigmática, essa maneira é funda-mental, porque mesmo que a pessoa não responda com suas palavras, ela dá uma resposta interior. Para uma pregação catequética ela não funciona muito, mas para o querígma ela é indispensável. A gente vai fazendo perguntas, envolvendo as pessoas e levando-as a dar uma resposta, a se questionarem.
Outra via é entrar no contexto da passagem que Deus nos dá, levar as
pessoas a entrarem na cena. O contexto vai nos fazendo entrar na história,
porque a bíblia não é uma coisa isolada. Se eu pegar ás vezes um ponto, sem observar
o que vem antes e o que vem depois, eu corro o risco de perder as grandes
riquezas que aquele trecho, aquela passagem tem e que eu posso aprofun-dar na
minha mensagem.
Outra técnica que nós podemos utilizar para aprofundar a mensagem é a
visualização. Outra via é a dramatização, porque a imagem comunica muito mais
que a palavra. Tem coisas que eu não sei dizer com palavras, mas que uma imagem
fixa. A imagem fixa muito mais na nossa memória do que as palavras.
No tema de hoje nós vamos ver como escolher a mensagem mais apropriada
para cada ocasião. O autor nos dá várias dicas de como é que nós vamos escolher
a melhor mensagem para cada grupo. Por exemplo, se você é chamado a pregar para
um grupo de iniciantes, que está se preparando para fazer um Seminário de Vida
no Espírito Santo. Qual seria a maneira de pregar mais apropriada para esse
grupo? Ele nos dá uma dica. É a mensagem do chamamento à vida para Deus, dizer
como é bom estar em Deus, como é agradável, como Deus é maravilhoso. Porque nós
vamos pregar para aquelas pessoas que ainda não tiveram uma experiência com
Deus e se a gente chegar lá fazendo uma exortação, todo mundo vai embora e
nunca mais volta. O que a gente vai fazer? Fazer um chamamento à vida com Deus,
dizer o quanto Deus é pai, o quanto Deus é bom, o quanto Deus é providência na
nossa vida. Esta seria uma mensagem mais apropriada. Logicamente que o Espírito
Santo é livre para fazer o que bem quer conosco. Mas ele só dá essas sugestões
para que quando o Espírito Santo nos for falar, a gente já tenha a ferra-menta
a utilizar.
Outra mensagem: por exemplo, qual seria a maneira mais apropriada para
evangelizar de casa em casa, para pessoas que às vezes nos recebem por
indicação, não têm nenhuma disposição para ouvir, qual seria a dinâmica do
Espírito Santo? Nestas situações devemos anunciar Jesus, a pessoa de Jesus, o
poder de Jesus, a salvação de Jesus, que Jesus é muito maior do que todas as
suas dificuldades. Nunca fazer uma mensagem doutrinária. Outra dica é quando
nós formos chamados a pregar num grupo que já teve uma experiência com o amor
de Deus, mas está precisando dar uma resposta a este amor. Qual seria o tipo de
mensagem mais apropriada para se levar a este grupo? E aí o autor nos diz que a
mais apropriada é a mensagem da conversão. Que a resposta ao amor de Deus se
chama conversão. Se você for chamado para um grupo que está desmotivado ao
serviço, qual seria a mensagem mais apropriada? Nós vamos fazer uma pregação
sobre o valor do serviço, do chamamento, de levar as pessoas a responderem de
uma forma concreta ao amor de Deus e à graça de Deus.
Mas existem também outras formas da gente anunciar a mensagem. De
repente o coordenador lhe chama e diz que no grupo estão havendo muitas dúvidas
sobre a ressurreição dos mortos, sobre os anjos. Aí é um tipo de pregação que
se chama apologética. Qual é este tipo de mensa-gem? É uma pregação em que nós
vamos aprofundar a doutrina da Igreja. É uma mensagem doutrinária, catequética.
Outro tipo de mensagem ele nos dá. Qual o tipo de mensagem mais apropriada para
uma pregação sobre vida de oração? É a espiritualidade. Porque a vida de oração
é a vida de intimidade com Deus. Nós vamos muito mais transbordar a nossa
experiência, a nossa espiritualidade, enriquecida com tudo o que a gente já
conhece, com tudo o que a gente já leu.
Quando eu rezava Deus me dizia que todas estas mensagens, toda esta formação, a gente não precisa se preocupar em ter uma técnica, porque de fato o mais importante é o Espírito Santo, mas se eu dou ao Espírito Santo as ferramentas, vai ficar muito mais fácil, porque nós vamos oferecer a Ele aquilo que já temos. É como eu disse sobre o segundo pilar, que é a pequena contribuição que nós damos ao nosso ministério. É a contribuição de termos o coração aberto e essa bagagem, essas ferramentas para colocarmos à disposição do Espírito Santo.
Quando eu rezava Deus me dizia que todas estas mensagens, toda esta formação, a gente não precisa se preocupar em ter uma técnica, porque de fato o mais importante é o Espírito Santo, mas se eu dou ao Espírito Santo as ferramentas, vai ficar muito mais fácil, porque nós vamos oferecer a Ele aquilo que já temos. É como eu disse sobre o segundo pilar, que é a pequena contribuição que nós damos ao nosso ministério. É a contribuição de termos o coração aberto e essa bagagem, essas ferramentas para colocarmos à disposição do Espírito Santo.
Tem ainda uma classificação da mensagem que é a mensagem catequética.
Por exemplo se nós formos chamados a pregar para uma formação de crisma, nós
vamos dar uma mensagem de catequese mesmo. Para uma formação de noivos, nós
vamos dizer o que é o matrimônio, a importância do sacramento. Para pessoas que
vão ser padrinhos, nós vamos dizer o que é o batismo e a sua importância. E a
última forma é uma mensagem que é chamada de impacto. É aquela pregação que
quando a gente escuta parece que o coração vai explodir. E a mensagem de
fortalecimento tem muito a ver também com impacto. Por exemplo, o grupo está
fraco na fé, precisando de uma injeção de ânimo, a gente leva também esta
mensagem de fortalecimento.
Na verdade esses são instrumentos que Deus dá, mas a pregação é aquilo
que nós somos, então a gente não precisa se preocupar muito. A pregação é um
transbordamento daquilo que eu sou, daquilo que eu vivo, daquilo que Deus faz
na minha vida. Eu posso pregar sobre qualquer assunto, mas eu sempre transbordo
aquilo que eu vivo. Por exemplo, se a gente fosse pregar sobre obediência, sem
ter obediência, será que essa pregação tem alguma unção? Nenhuma. Eu posso
saber todas as técnicas, eu posso ter decorado o livro, posso ter preparado a
pregação, mas se ela não é um transbordamento da minha vida, ela pode ser uma
belíssima peça de oratória, mas não tem unção nenhuma, não tem força, não tem
impacto e os frutos acontecem porque Deus sempre faz, mas poderiam ser bem
melhores quando é um transbordamento daquilo que vivemos.
_________________Ralf Berndt
Coordenador Estadual do Ministério da Pregação em Santa Catarina.
ARTIGOS |
A PREGAÇÃO NO GRUPO DE ORAÇÃO
Irmãos pregadores, Deus os abençoe. Essa é a primeira palavra que gostaria de dirigir a todos vocês que compõem o ministério de pregação. A segunda é de agradecimento, esperança e humildade.
1. A PREGAÇÃO DE JESUS
A pregação no grupo de oração é um assunto que há muito tempo nos desafia. Primeiro, devido às nossas próprias limitações. Somos limitados em santidade, testemunho, formação bíblica, formação doutrinária e capacitação técnica para a comunicação. Segundo, porque a dinâmica do grupo é bastante exigente. O pregador tem somente de dez a quinze minutos para anunciar o evangelho com eficácia. Terceiro, porque o grupo recebe toda espécie de filhos de Deus. Lá vão pessoas equilibradas, saudáveis, bem encaminhadas na vida, que talvez buscam somente respos-tas para seus anseios espirituais. Junto com elas vão pessoas doentes do espírito, da alma e do corpo. Estas, além de necessitarem de ajudas espirituais, necessitam, em primeira mão, de soluções para depressão, desesperança, compulsão para suicídio, cefaléias, cardiopatias, doenças renais, nevralgias, etc., etc., etc...
Seria ilusão ignorar os problemas relacionados com a humanidade dos freqüentadores do grupo de oração, para levar-lhes somente um ensinamento doutrinário, ainda que fosse perfeito do ponto de vista teológico. Tal atitude excluiria quase cem por cento das pessoas. O que fazer, então?
Para começar, poderíamos seguir o exemplo de Jesus. No seu tempo o povo sofria de males semelhantes aos que nos acometem nos dias de hoje. Certa vez ele estava pregando na entrada do templo, para ovelhas sem pastor, mais ou menos como as que vão ao grupo de oração. Ele não perdeu tempo com rodeios, utopias, ou outros devaneios. Foi direto às suas necessidades, pois sabia que buscavam soluções reais para problemas que as afligiam diariamente. E elas iam a Jesus porque sempre recebiam o que buscavam. Jesus tinha um jeito especial de atender a cada uma. Naquele dia, em especial, as autoridades do templo ficaram muito indignadas com os frutos da pregação do Senhor (Jo 7,28-47), pois inúmeras pessoas acreditavam nele, e muitas já pen-savam que ele deveria ser o Cristo, o prometido do Pai, por isso enviaram soldados para prendê-lo. Os soldados o encontraram pregando ainda na porta do templo, e o ouviram dizer, entre outras coisas: "Se alguém tiver sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura: Do seu interior manarão rios de água viva". Após a pregação, juntamente com muitos outros ouvintes, ficaram impressionados com o que ouviram, voltaram sem prender Jesus e disseram às autoridades: "Jamais homem algum falou como este homem!..." Que pregação! Até os soldados que foram prendê-lo desistiram da tarefa, após ouvi-lo.
Jesus pregou eficazmente. Despertou a fé nos ouvintes e apontou-lhes a salvação, isto é, ele mesmo; abriu-lhes o coração para que recebessem as soluções que necessitavam. É que ele pregava a verdade de maneira simples, direta e ardorosa. Sua pregação era querigmática. Até quando exortava os fariseus era para que voltassem à razão e se convertessem. Pregações querigmáticas são todas aquelas relacionadas com os seguintes temas: o amor de Deus, o peca-do, a salvação, a fé, a conversão, o Espírito Santo e a comunidade, como fruto do Espírito Santo. Mas a pregação querigmática, por si só, não é garantia de eficácia. Para produzir fruto, ela deverá também ser ungida, ardorosa e entendida por quem dela necessitar. Como foi a pregação de nosso Senhor Jesus Cristo, deverá ser a nossa.
2. O ROTEIRO DE PREGAÇÃO
Alguns irmãos enganam-se sobre certos aspectos da pregação no grupo de oração. Pensam que por ela ser de curta duração não necessitam de preparação conveniente. E alguns até correm o risco de negligenciarem os jejuns e as orações. Às vezes as pregações são confundidas com simples conversas, com meros bate-papos, com recados de comadres, ou, quando muito, com uma palestra. Não! Pregação não é isso. Pregação é o que deve ser: PREGAÇÃO. A pregação não pode ser substituída por nada, sob pena de causar sério prejuízo à evangelização. Jesus tinha duas formas de evangelizar. Uma delas era a pregação, a outra, as obras.
Quanto menor o tempo para pregar, mais cuidadoso deve ser o planejamento. Em uma pregação de uma hora, o pregador terá sessenta minutos para ajudar as pessoas abrirem seus corações para Deus. Caso cometa alguma falha, terá tempo suficiente para retificá-lo. Com uma pregação de curta duração o desafio é maior. Ocorrendo algum erro, corre-se o risco de por a pregação a perder, pois o tempo poderá não ser suficiente para consertar. De mais a mais, o pregador só terá alguns minutos para apresentar aos ouvintes o caminho da graça, Jesus, e de forma que eles entendam e aceitem. É por isso que quanto menor for o tempo, mais bem preparada deve ser a pregação.
O planejamento da pregação materializa-se em um roteiro de pregação que deve conter três partes: introdução, desenvolvimento e peroração. A introdução é uma preliminar do que será a pregação. Nela o pregador anuncia o tema e algumas idéias que desenvolverá. É importante apresentar aos ouvintes alguns motivos pelos quais será bom que ouçam a pregação.
No desenvolvimento o pregador apresenta as idéias principais da pregação e as sustenta com argumentos sólidos, fundamentados na Sagrada Escritura. Nesta parte os testemunhos são muito bem-vindos.
A peroração é a conclusão dos discursos. Não de qualquer discurso, mas dos discursos que são verdadeiras peças de oratória. A pregação, do ponto de vista da comunicação verbal, deve ser uma bela peça de oratória.
Como a pregação dura entre dez e quinze minutos, não deve conter muitas idéias, principalmente em se tratando de novidades. É preferível uma ou duas idéias bem compreendidas, acolhidas de boa vontade, para serem praticadas, a uma porção de idéias confusas. Muitas idéias, ainda que a argumentação seja perfeita, corre o risco de não serem bem entendidas pelos ouvintes, quando o tempo da pregação é pequeno. "Quando um homem ouve a palavra do Reino e não a entende, o Maligno vem e arranca o que foi semeado no seu coração" (Mt 13,19).
O roteiro tem a função de melhorar a comunicação. Isso significa que ele dá ao pregador mais facilidade para pregar, além de brindar os ouvintes com idéias mais claras.
3. MODELO DE ROTEIRO DE PREGAÇÃO
I – INTRODUÇÃO
Jesus é a fonte da Água Viva. A água mantém a vida sobre a terra. Ela é capaz de fazer um vegetal semimorto reviver. A Água que Jesus nos traz é a Força de Deus que nos dá vida nova, é a Graça que nos faz encontrar motivo para viver neste mundo, para ser feliz e para esperar o Paraíso Eterno. Caso você esteja triste, angustiado, enfermo, ou simplesmente percebendo que sua vida está perdendo o sabor, então você deve estar necessitando da Água Viva que Jesus nos traz hoje, neste grupo de oração. Prepare-se para recebê-la. Agora vou apresentar a vocês, Jesus, nosso Senhor, como sendo aquilo que realmente ele é, FONTE DA ÁGUA VIVA.
II - DESENVOLVIMENTO
1.
JESUS REVELA-SE COMO FONTE DA ÁGUA VIVA
a) Jo 4 (A samaritana no poço de Jacó)
b) A Samaritana aceitou a revelação de Jesus e ganhou:
- Sentido para viver
- Vontade para viver de forma diferente
c) A samaritana ganhou vida nova
- E buscou outras pessoas para beberem da Verdadeira Fonte, a fim de terem também vida nova
2. JESUS CONVIDA-NOS PARA BERBERMOS DA FONTE
a) Jo 7,37-38 (A Água Viva é o Espírito Santo)
b) Os soldados beberam da Água Viva que Jesus oferecia
- Desistiram de prender Jesus
- Tiveram coragem de voltar aos chefes de mãos vazias
- Conseguiram começar vida nova (viver diferente)
c) Testemunho
a) Jo 4 (A samaritana no poço de Jacó)
b) A Samaritana aceitou a revelação de Jesus e ganhou:
- Sentido para viver
- Vontade para viver de forma diferente
c) A samaritana ganhou vida nova
- E buscou outras pessoas para beberem da Verdadeira Fonte, a fim de terem também vida nova
2. JESUS CONVIDA-NOS PARA BERBERMOS DA FONTE
a) Jo 7,37-38 (A Água Viva é o Espírito Santo)
b) Os soldados beberam da Água Viva que Jesus oferecia
- Desistiram de prender Jesus
- Tiveram coragem de voltar aos chefes de mãos vazias
- Conseguiram começar vida nova (viver diferente)
c) Testemunho
III – PERORAÇÃO
- Jesus, durante o tempo que foi ouvido pela samaritana e pelos soldados, pessoas de vida difícil e sofrida, cujos corações estavam empedernidos, provou que é realmente a fonte da Água Viva, pois deu-lhes novo ânimo, nova coragem, novo sentido na vida.
- Agora é chegada a nossa vez de experimentar o que a samaritana e os soldados experimen-taram. Agora também nós somos convidados para bebermos da Água Viva que Jesus nos oferece.
- Bebendo da Água Viva que o Senhor nos dá, que é o Espírito Santo, teremos vida nova. Como a água da chuva faz a semente brotar, dá novo viço à laranjeira e colore de vermelho as rosas, o Espírito Santo nos dará entusiasmo para viver e esperança de vencer, e vencer com Jesus, em qualquer circunstância desta vida. Isso é VIDA NOVA, isso é beber na FONTE DE ÁGUA VIVA.
- Fiquemos de pé para beber da Água Viva, para receber o Espírito Santo, para ter vida nova.
2. ORAÇÃO FINAL
- Orar pedindo um novo Batismo no Espírito Santo.
Obs.
A introdução e a peroração não precisam conter
texto. Basta que tenham as idéias chaves que servirão de guia para o pregador.
Em nosso modelo inserimos os textos para facilitar o entendimento do leitor.
Outra coisa, a apresentação do pregador é feita pelo coordenador, por isso o
roteiro de pregação não contempla os itens de tal apresentação. Nisso a pregação
é diferente do ensino.
___________________
Dercides Pires da Silva
Coordenador Nacional do Ministério de Pregação
ARTIGOS |
EVANGELIZAÇÃO
1.-
“Como os Reis Magos, sede também vós peregrinos animados pelo desejo de
encontrar o Messias e de adorá-lo! Anunciai com valentia que Cristo, morto e
ressuscitado, é vencedor do mal e da morte!”
2.-
"Mas, se quiserdes ser eficazes pregadores da Palavra, deveis ser homens
de fé profunda, e ao mesmo tempo ouvintes e atuantes da
Palavra".
3.-
"A Palavra de Deus é digna em todos vossos esforços. Abraçá-la em
toda sua pureza e inte-gridade, e difundi-la com o exemplo e a pregação, é uma
grande missão. Esta é vossa missão hoje, amanhã e pelo resto de vossas
vidas".
CONFIANÇA EM DEUS
1.-
“Sabei também vós, queridos amigos, que esta missão não é fácil. E que pode
tornar-se até mesmo impossível, se contardes apenas com vós mesmos. Mas «o
que é impossível para os homens, é possível para Deus» (Lc 18,27; 1,37).”
2.-
”Os verdadeiros discípulos de Cristo têm consciência de sua própria
fragilidade. Por isto colo-cam toda sua confiança na graça de Deus que acolhem
com coração indiviso, convencidos de que sem Ele não podem fazer nada (cfr Jo
15,5). O que os caracteriza e distingue do resto dos homens não são os talentos
ou as disposições naturais. É sua firme determinação em caminhar sobre as
pegadas de Jesus”.
ORAÇÃO
1.-
É hora de redescobrir, queridos irmãos e irmãs, o valor da oração, sua força
misteriosa, sua capacidade de voltar a nos conduzir a Deus e de nos
introduzirmos na verdade radical do ser humano.
2.-
Quando um homem ora, coloca-se perante Deus, perante um Tu, um Tu divino, e
compreende ao mesmo tempo a íntima verdade de seu próprio eu: Tu divino, eu
humano, ser pessoal criado a imagem de Deus.
3.-
Em nossas noites físicas e morais, se tu estás presente, e nos amas, e nos
falas, já nos bas-ta, embora muitas vezes não sentiremos o consolo.
Papa João Paulo II